Editorial: a triste realidade da aposentadoria de Jordan Crooks

Vai ter gente falando que foi só um “afastamento”, outros dizendo que ele ainda vai voltar em tempo para Los Angeles 2028 e outros mais otimistas dizendo que algum patrocinador pode manter o velocista Jordan Crooks no esporte.

A dura verdade da aposentadoria de um nadador, de apenas 23 anos de idade, bi campeão mundial, e o homem mais rápido do planeta nas piscinas curtas, seja em piscina de 25 jardas ou de 25 metros.

Como pode um nadador tão qualificado, no melhor da sua carreira se afastar do esporte, e, talvez nunca mais voltar?

A resposta é complexa, mas está ligada a essência de nosso esporte, o pouco valor comercial, o baixo apelo publicitário e os índices de engajamento e popularidade. Trocando em poucas palavras, não existe dinheiro em natação, não tem.

Um jovem de 23 anos de idade, com um diploma de uma Universidade de boa reputação e com o perfil de dedicação e resiliência é um professional que vai fazer sucesso no mercado de trabalho e, que coisa boa, ganhar muito dinheiro.

Dinheiro que Crooks não veria na sua natação. Na falta de apoio de seu país, Ilhãs Caymãs, na falta de viabilidade do esporte que ele e todos nós tanto amamos.

A triste realidade é uma constatação e rejeitar o problema não ajuda. Precisamos pensar de forma conjunta e fazer este esporte mais próspero, mais popular e mais vendável. Todos, por incrível que paredça, todos podem colaborar e trazer contribuição para fazer nosso esporte mais popular, mais promovido.

Crooks é daqueles nadadores que fizeram história e sua aposentadoria, ou afastamento, dói na alma de quem ama a natação e ao amar tanto este esporte compreender o exato motivo para o que fez com que ele tomasse esta decisão pode ajudar a outros super talentos não irem para o mesmo caminho.

Alex Pussieldi, editor chefe Best Swimming Inc.

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