Uma medalha olímpica. Este é o principal objetivo do revezamento 4x100m livre nos Jogos de Tóquio em 2020. E esse objetivo parece ser cada vez mais real quando a equipe brasileira se reúne para cair na água em grandes competições internacionais.
Durante as transmissões da final do 4x100m livre do Campeonato Pan-Pacífico hoje de manhã no canal SporTV, Daniel Takata, redator da SWIM CHANNEL, afirmou que quando os brasileiros vão nadar esta prova a “chave na cabeça deles vira”. Uma verdade que este mesmo Pan-Pacífico confirmou.

Os quatro velocistas ficaram além do que realmente poderiam fazer na prova individual dos 100m livre. Marcelo Chierighini foi o único que manteve a regularidade e o único que conseguiu melhorar sua performance entre eliminatórias e finais. Pedro Spajari nadou duas vezes na casa dos 48, mas esperava-se mais. E Gabriel Santos e Marco Antonio Júnior individualmente ficaram devendo.
Mas veio o revezamento e a chave girou. O quarteto deixou para trás o resultado da prova individual e ativou o modo revezamento. “O que passou, passou”, deve ter sido o sentimento geral dos quatro antes de cair na água do Tatsumi International Swimming Center.

E o time que individualmente havia ficado devendo ontem, mostrou como é forte coletivamente. Mostrou como seus membros estão cada vez mais entrosados e afinados. Um time que não só encara uma prova de revezamento com garra e sangue nos olhos, mas que a cada dia está focado exclusivamente em ser medalhista ou campeão olímpico daqui a dois anos. Uma equipe de verdade.
Um time que repetiu a mesma escalação apenas uma vez ao longo de várias campanhas internacionais desde 2014 devido a vasta qualidade dos velocistas brasileiros. Os campeões de hoje sabem que não podem vacilar, afinal, se nadarem mal as seletivas perderão seu lugar na equipe. Uma competitividade sadia e que só ajuda a motivar e turbinar esse revezamento.

A medalha de ouro que veio após um erro ridículo dos americanos (como pode um time com nadadores campeões olímpicos e extremamente experiente inverter a ordem do revezamento nessa altura do campeonato?) é consequência do bom trabalho feito pela comissão técnica e do comprometimento e foco dos nadadores em busca do sonho olímpico. E mesmo se tivessem conquistado a prata há de se valorizar a estratégia de lutar até o final.
Um objetivo que vem desde o Pan-Pacífico de Gold Coast em 2014 quando o time foi terceiro colocado e percebeu ali que podia ter o melhor revezamento do mundo. Desde então vieram uma final de Mundial e o título pan-americano em 2015, uma final olímpica no Rio-2016, a prata no Mundial de Budapeste ano passado e agora o ouro no Pan-Pacífico.

O trabalho continua. E com ele vem as consequências. Que o time continue brilhando em busca desse tão sonhado ouro olímpico.