No triatlo, muitas vezes a natação é a pedra no sapato do atleta ou a modalidade menos treinada no que se refere a volume! O triatleta paranaense, Eduardo Lass, um dos principais nomes da modalidade do país, explica o porquê isso acontece.
“Acredito que a maior dificuldade, principalmente daqueles que nunca nadaram no mar, é a parte da orientação. Conseguir nadar em uma linha reta até as boias nem sempre é fácil como parece. E por conta dessa dificuldade, muitas vezes os atletas acabam nadando uma distância muito maior do que a prevista”, comenta.
Algumas dicas são essenciais para os triatletas se darem bem na primeira modalidade exigida para praticar o esporte. “Uma dica importante é usar a respiração frontal, aquela que você consegue avistar o ponto em que pretende chegar”, cita o atleta. E completa: “Outra dica bacana é sempre buscar um ponto de orientação fixo, por exemplo, buscar algum prédio alto na orla da praia, mirar alguma montanha, algo do tipo. É interessante buscar utilizar essa respiração frontal em alguma parte do treino na piscina, assim na hora da prova já estará mais acostumado com o movimento. Afinal, ela influencia na técnica do nado e por isso é importante tentar fazer com a maior eficiência possível”, conta o paranaense, que possui resultados expressivos em provas do calendário nacional e internacional.
Eduardo Ossiama, paratriatleta e um dos integrantes da equipe Corinthians/ABRATOP de Triathlon, também da dicas para os triatletas que irão encarar os desafios nas águas. “Antes de iniciar o melhor é procurar um médico, analisar as condições físicas e cardíacas ver se está apto para praticar e ter um auxílio de quem já tem experiência no meio, para que possa dosar os treinos. Na natação, os treinos para triatletas são mais longos, dependendo do dia, são treinos de braço, de perna e de zonas (tempo)”, conta.
Ossiama era um triatleta convencional e um treino para o Ironman, caiu de bicicleta e ficou tetraplégico. Mesmo com as dificuldades, o esporte sempre continuou fazendo parte de sua vida. Recuperado os movimentos dos braços ele fará seu retorno as provas de natação na Fuga das Ilhas em dezembro.
“No meu caso, no paratriatlo, meu conselho também é ir ao médico para ver se está apto a fazer a atividade e procurar ou uma assessoria ou um clube que trabalhe com algum tipo de deficiente. No meu caso, como sou tetraplégico, lá tenho um técnico que conhece dessa patologia. Meus treinos hoje basicamente são só braço, minha lesão é muito alta e o que acaba me sustentando na água são meus braços. Minha dica é fazer um bom acompanhamento não só técnico mas também com fisioterapeuta, na parte de musculação e nutricional”, comenta.
Lass comenta também que “os treinos de água para os triatletas são, na maioria deles, sempre mais rodados, com séries mais longas. Existem vários tipos de treinos para serem trabalhados, vai da particularidade de cada técnico trabalhar com seus atletas”.
Por experiência própria, o triatleta, que participou recentemente dos meio Ironman 70.3 em Santa Cruz (EUA) e no Rio de Janeiro (RJ), tem eleito o treino mais difícil que já fez: “Ao longo de todos esses anos treinando, já foram algumas séries em que o sofrimento foi grande! Um tipo de série que acho difícil são as de tiros de 200 metros. Apesar da distância ser curta, você precisa dosar bem para conseguir manter o ritmo forte do início ao fim”, finaliza.