Confira agora na SWIM CHANNEL a segunda parte da entrevista com Mark Schubert comentando sobre seus trabalhos com nadadores brasileiros e os planos de Fernando Soraggi para o futuro.
Natação brasileira
Mark Schubert foi treinador de Ricardo Prado na década de 80 e lembra dessa época com bastante nostalgia e alegria.
“Ricardo chegou muito jovem, com 14 anos, e treinou muito. Depois, quando ele quebrou o recorde mundial nos 400 metros medley eu fiquei muito orgulhoso dele, ele sempre foi um verdadeiro destaque na minha carreira de treinador. Treinei alguns nadadores brasileiros também na USC e adoraria treinar mais brasileiros sim. Quem quiser vir por um período de tempo para treinar conosco será muito bem-vindo.”, contou o treinador.
Sobre os nadadores brasileiros, Schubert também contou sobre seu encontro com o campeão olímpico, César Cielo.
“Encontrei com César Cielo em Fort Lauderdale, em setembro, quando ele foi incluído no Hall da fama internacional da natação. Todos ficaram muito impressionados com ele, não apenas como nadador, mas também como pessoa. Ele fez o discurso mais eloquente agradecendo aos seus treinadores e à sua família e fiquei muito impressionado com ele. Então tivemos nadadores de alta performance como ele no Brasil e sempre torço para que apareça mais”, contou.
Fernando, que já deu clínicas em muitas partes dos Estados Unidos e com grandes técnicos como Alabama- Donald Grambil, Coloral Springs – Michael Loubert, Gulliver School – Jeff Popel, entre outros, comentou sobre a diferença entre os sistemas no Brasil e nos Estados Unidos.
“A diferença entre os dois tipos de natação (dos Estados Unidos e Brasil) é o sistema. Temos muita demanda de atletas, temos competições todos os finais de semana, eles precisam estar preparados para nadar tudo. O sistema faz com que a natação seja boa, o que falta é a estrutura e o investimento no Brasil, aqui eles vivem para isso, os pais ajudam, a cultura é diferente em relação a isso”, comenta Fernando.
Planos futuros
Em sua trajetória como técnico, Fernando Soraggi Jr treinou um tempo com Jack Nelson e acabou pegando o gosto para a natação competitiva ao lado de Schubert e agora almeja passos maiores na carreira.
“Quem me puxou para a parte competitiva foi o Mark, estamos com uma das melhores equipes de longa distância do mundo e eu só tenho a agradecer, hoje em dia ele me vê como parceiro e isso é uma honra para mim. Um dos meus objetivos é o de chegar à Olimpíada e talvez um dia ter um clube como ele com uma boa equipe para comandar, seguir para o College e depois visar a carreira rumo aos Jogos”, contou Soraggi.
Os dois dão treino praticamente todos os dias, duas vezes por dia e quatro vezes por semana na musculação, além de quarta-feira e sábado serem os dias de tomada de tempo com os atletas. Mark, depois de mais de 50 anos dando treinamento, ainda possui a motivação necessária para continuar e encoraja novos técnicos a seguirem o mesmo caminho.
“Você está sempre tentando melhorar a si mesmo e como treinador. Procuramos ajudar os atletas a melhorar e sempre darem o seu melhor. Então, quando os atletas dão o seu melhor, fico feliz e isso me faz continuar. A natação é um esporte que melhora constantemente as técnicas, melhora os métodos de treinamento, melhora a psicologia e é por isso que continuamos a ficar mais rápidos. Temos a tendência de compartilhar coisas novas e assim podemos mudar um pouco nosso programa a cada ano para ajudar os atletas a melhorarem”, contou.
“Acho que se eu tivesse um conselho para um jovem treinador, seria para ficar atento a outros bons treinadores e aprender a falar com os seus nadadores. Acho que você terá grande sucesso”, aconselhou Schubert.
O técnico tem como principal objetivo para o próximo ano ajudar todos os seus nadadores a entrarem em suas equipes olímpicas e a subirem ao pódio em Paris.
Mark Schubert se define profissionalmente como um técnico que sabe a diferença entre ser treinador e amigo. “O treinador deve ser uma espécie de amigo e com quem você tem que ter um bom relacionamento durante todo o verão. Mas também há uma linha de disciplina, que pode ser muito desafiadora”, conta.
Pessoalmente, ele se define como uma pessoa de muita sorte. “Tenho uma ótima esposa com quem estou casado há 48 anos e tenho dois filhos maravilhosos e dois netos maravilhosos. Minha neta é dançarina e seu neto é jogador de polo aquático e está decidindo agora entre a UCLA e a USC”, conta.
“Como fui treinador 14 anos na USC, você pode imaginar para onde quero que ele vá?! Brincadeiras à parte eu irei acompanhá-lo de qualquer maneira. Mas espero que ele vá para a USC”, brinca o técnico ao fim da entrevista.
O Clube Barracudas, local em que os treinadores trabalham na Califórnia (EUA), está aberto para receber técnicos e atletas de alto nível para aprenderem o método de treinamento de Schubert, além de clínicas e grupos de atletas de base para passarem um período com eles. Para mais informações sobre valores e disponibilidade, entre em contato pelo email: Markschubert1@me.com.