João Gomes Jr. na sua chegada dos 50m peito na semifinal ontem, Caio Pumputis no parcial de peito dos 200m medley nas eliminatórias de hoje, são as duas desclassificações do Brasil até agora no Campeonato Mundial de Budapeste. E ambas, além terem sido no mesmo nado (peito), foram “chamadas” pelo sistema de vídeo do VAR implantado como regra pela FINA desde março de 2020 para os Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos.
Tanto na chegada de João Gomes, como na execução do parcial de peito de Caio Pumputis, representantes da CBDA estiveram na sala de controle da arbitragem e puderam visualizar as duas infrações em imagens coletadas por um sistema complexo de 30 câmeras sub-aquáticas além de outras quatro externas colocadas na linha dos 15 metros. Como foram desclassificações detectadas pelo sistema, as imagens são exibidas aos representantes dos atletas.

O sistema de VAR é de responsabilidade da empresa DV Sport Replay e tem uma sala de controle onde atuam três árbitros da FINA, cada um dos dois ficam responsáveis por quatro raias enquanto outro fica de stand by em caso da infração ser detectada. Os árbitros do VAR tanto podem identificar uma infração como também cancelar uma decisão do árbitro que está na borda da piscina.
Detalhe importante que a decisão final, assim como no futebol, é do “árbitro de campo”, no caso da natação, do árbitro geral.
Uma diferença em relação ao VAR do futebol é que as infrações identificadas pelo árbitro de vídeo é que ele precisa ver as irregularidades em tempo normal, e somente checá-las em slow motion, e não o contrário.

Nas regras estabelecidas pela FINA para o VAR da natação é ressaltado que em caso dúvidas, a decisão será sempre pró-atleta. Ontem, na prova dos 50m peito masculino, foram oito desclassificações nas eliminatórias e mais João Gomes na semifinal.
O sistema de análise de vídeo é utilizado há muito tempo nos Estados Unidos. A primeira vez foi no Campeonato Americano de 2007. Ele esteve em uso sob forma de teste nos Mundiais Júnior de Lima em 2011, e Indianápolis em 2019. Sem ser anunciado, o VAR já foi utilizado no Mundial de Gwangju, em 2019, mas virou regra para todos Mundiais e Olimpíadas desde março de 2020.