A Federação Internacional de Natação (FINA) divulgou ao início da tarde (hora europeia) um comunicado em que desautoriza claramente a decisão da Liga Europeia de Natação (LEN) – do passado dia 6 – de suspender as federações de Portugal e Croácia por um ano.
Num comunicado forte e muito crítico para com o organismo europeu, a FINA revela estar “particularmente preocupada com esta decisão da LEN de suspensão dos dois países, adiantando que “após debate na direção (‘bureau’) da FINA, e baseando-se em seis opiniões legais independentes, a direção da FINA decidiu votar pelo não reconhecimento das ações levadas a cabo pela LEN”, apresentando para tal as seguintes razões:
- As ações não seguiram os processos adequados e de forma correta;
- As ações tiveram claras motivações políticas e foram tomadas por interesses próprios;
- As ações vão contra o ‘ethos’ (a ética) da nova liderança da FINA, que promove a inclusão, a igualdade, integridade e democracia.”
E a declaração continua de forma clara: “com a determinação da FINA as federações de Portugal e Croácia manterão plenos direitos enquanto membros da LEN, incluindo o direito a participar com direito de voto no próximo congresso extraordinário eleitoral em Franqueforte, Alemanha, a 5 de fevereiro de 2022, e no congresso extraordinário da FINA a 18 de dezembro de 2021 em Abu Dhabi (EAU).”
Finalmente, a “FINA apela à direção da LEN que aplique processos justos e adequados em todos as suas ações, presentes e futuras”.
Esta decisão foi tomada há dias pela direção da FINA, na qual esteve presente também – sabemos – o presidente da FPN António Silva (quando acompanhou o presidente da FINA ao Brasil e outros países da América Latina), assim como o italiano Paolo Barelli, enquanto membro do ‘bureau’, e que vê assim a sua posição muito enfraquecido no seio do organismo mundial, que sob a presidência de Husain Al Musallam parece querer cortar com alguns hábitos do passado.
Recordo que na origem desta suspensão das duas federações está, alegadamente, o uso indevido (imagine-se) do logotipo da LEN num comunicado conjunto das federações de Portugal e Croácia, assinada pelo presidente da Federação Portuguesa António Silva, que encabeça um movimento de cerca de três dezenas de federações europeias no sentido de destituir a atual direção de Paolo Barelli, tendo para tal, exatamente, solicitado a realização de um congresso extraordinário, marcado para 5 de fevereiro.
Muitos apontam como claro favorito à sucessão de Barelli o presidente da FPN, embora este possa não ser um caminho fácil e logo imediato.