Tradicional prova de 8,5 km nas águas do Rio Negro, a Travessia Almirante Tamandaré, possui um recorde que já dura 41 anos. Jefferson Mascarenhas se tornou o atleta mais jovem a vencer a prova no ano de 1979, quando tinha apenas 13 anos e dois meses. Ele nadou pela primeira vez a travessia no ano anterior quando o campeão havia sido o atual presidente da Federação Amazonense de Desportos Aquáticos (Fada), Vitor Façanha, o Botinho.
“Quando participei pela primeira vez fiquei em quinto lugar. Lógico que eu tinha medo de nadar no rio e tudo, mas no ano seguinte, com 13 anos, venci a prova de ponta a ponta. Eu tinha os mesmos medos que toda a galera tem, porque dentro do rio, a gente imagina um monte de coisa”, comentou Jefferson.
O medo das águas escuras do Rio Negro foi vencido e o prêmio foi cravar para sempre o nome na história da natação amazonense. “A sensação que eu tenho até hoje é fantástica por ser o nadador mais novo a vencer a travessia. Tivemos outros atletas com 13 anos vencendo a prova, mas o único a vencer com 13 anos e dois meses de vida fui eu. O fato de o recorde estar mantido até hoje é um motivo de orgulho muito grande para mim”, conta.

Para vencer a prova em 1979, Jefferson contou com a ajuda de Alfredo Jacaúna, primeiro nadador amazonense a vencer a travessia no ano de 1974, e Kako Caminha. “Na semana da competição fui morar na casa do Kako. A gente fazia um treinamento bem pesado para a prova”, conta. Por conta da ralação nos treinos, Mascarenhas admite que entrou como favorito ao título. “A gente sabia que entrava na prova como favorito, mesmo disputando com um nadador campeão da Travessia do Tapajós. Também vinham vários atletas do Brasil, da Marinha, mas me lembro que fizemos um treinamento muito forte, muito árduo, mas a gente tinha realmente a sensação de que seríamos campeões com antecedência, por conta de todo o treinamento. Apesar da pouca idade, a confiança era grande. Na verdade, naquela época, vencia a travessia quem treinava um pouquinho mais”, explica.
Um dos treinos diferenciados para época, segundo Mascarenhas, era o realizado na Praia da Ponta Negra. “Naquela época a gente fazia mais um trabalho de piscina, porém, o meu treinador, Alfredo Jacaúna, ele me direcionava para treinamentos diretamente na Ponta Negra”, revela.

Aos 54 anos, Jefferson, que também fez história como um dos pioneiros do triatlo no Amazonas, segue na ativa, inclusive participando regulamente do Campeonato Amazonense de Natação. Sua paixão, no entanto, continua sendo as águas escuras e misteriosas do Rio Negro. “Eu sinto meu ritmo de braçada diferenciado. É mais lento, porém, é uma braçada com mais qualidade. Realmente nadar no Rio Negro é uma sensação fantástica, uma coisa maravilhosa. Eu realmente me sinto bem quanto eu estou lá”, finaliza.
A Travessia Almirante Tamandaré, que completa 50 anos em 2020, será realizada no domingo, dia 13 de dezembro, como parte da programação do Rio Negro Challenge. Além da prova tradicional, evento contará ainda com provas de 2 km e 4 km. No sábado, 12, haverá a disputa do Relay, revezamento no qual equipes formadas por três atletas nadam 500 metros cada um. As inscrições estão abertas no site rionegrochallenge.com.br.