Por Thiago Medeiros Rodriguez
Elas são o terror dos nadadores! Quem nunca sentiu uma câimbra no final de um treino puxado não está treinando direto. Pior é quando acontece no meio de uma competição. Câimbra é um espasmo muscular, ou seja uma contração muito forte de um grupo muscular, que acontece de forma involuntária e repentina, causando muita dor. Felizmente tem curta duração, embora pareçam durar uma eternidade.
As causas não são muito bem definidas, podem ser metabólicas, pelo uso de alguns medicamentos ou pela posição de alguma parte do corpo que gera um encurtamento excessivo de algum grupo muscular.
Até pouco tempo uma das teorias mais aceitas era que as câimbras tinham relação com a desidratação, desequilíbrio de sais minerais como sódio, cálcio e potássio nos músculos ou ainda, a falta de glicose, que é o combustível muscular. Por isso ficou muito famosa a relação entre o consumo de bananas e a prevenção das câimbras.
Porém um estudo científico de 2022 publicado pelo Journal of Strenght and Conditioning Research chamado “Muscle Cramping in the marathon: Dehydration and electrolyte Depletion vc. Muscle Damage” feito com maratonistas, demonstrou que as câimbras estão muito mais relacionadas ao desgaste muscular do atleta do que a falta de água ou sais minerais no corpo.
A conclusão do trabalho defende que a melhor estratégia para a prevenção das câimbras é o fortalecimento muscular. Desta forma os músculos estariam mais condicionados e portanto menos propensos a terem câimbras. Embora o trabalho em questão tenha avaliado corredores, a ideia pode ser aproveitada pelos entusiastas da natação.
Isso não significa, porém, que as recomendações sobre hidratação, suplementação de sais minerais e glicose durante a prática esportiva devam ser esquecidas e muito menos abandonadas. No entanto, vale a pena caprichar nos treinos fora da água se quiser se livrar das câimbras enquanto nada.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática