Pouca gente sabe, mas a canadense Maggie MacNeil campeã olímpica e mundial dos 100m borboleta é chinesa e adotada por uma família ainda quando bebê direto de um orfanato em Jiujiang, na região sul da China.
Maggie, junto com sua irmã caçula Clara, foram colocadas para adoção por seus pais para evitar as sanções da “Política do Filho Único” que foi implantada na década de 70 na China em busca do controle de natalidade no país. A política prevê punições de acesso e custo adicional em diferentes áreas desde a saúde, até educação e incremento de impostos. Tudo isso para conter o avanço populacional do país, e mesmo assim são 1,4 bilhões de pessoas.
O casal de médicos canadenses Edward e Susan foram a China para adotar as duas irmãs quando ainda eram bebês. Maggie tinha apenas um ano quando chegou a Ontario, no Canadá. Nadadora com habilidades desde as primeiras braçadas sua carreira deu um salto quando foi estudar e nadar na Universidade de Michigan.
Antes da carreira universitária, ela já estava na Seleção Canadense Júnior fazendo parte da equipe do Mundial Júnior de Singapura, em 2015, quando tinha apenas 15 anos de idade. Os bons resultados lhe valeram o convite e foi recrutada para uma carreira de grandes resultados na natação universitária americana.
Logo no primeiro ano de faculdade, Maggie foi vice campeã dos 100 borboleta. Depois da temporada cancelada pela Pandemia, ela brilhou em 2021 vencendo os 100 livre e 100 borboleta. Este ano, ela ainda voltou ao pódio universitário ficando em terceiro lugar nos 100 livre e 100 borboleta.
Internacionalmente, Maggie MacNeil só ficou conhecida do grande público quando bateu Sarah Sjoestroem na final dos 100m borboleta em Gwangju, em 2019. Era o início de uma sequência de vitórias na sua principal prova com o ouro olímpico em Tóquio, o Mundial de Piscina Curta em Abu Dhabi no ano passado e o Commonwealth Games deste ano.
Para o Mundial de Budapeste, Maggie fez uma opção com seus treinadores e decidiu participar apenas das provas de revezamento voltando da competição com cinco medalhas, duas pratas e três bronzes.
Desde o ano passado, Maggie deixou a Universidade de Michigan após a saída do seu treinador Rick Bishop que assumiu a posição de head coach na Lousiana State University. Inicialmente, ela se transferiu para a Califórnia, mas com a saída da treinadora Tery McKeever, Maggie decidiu se transferir para a LSU e retomar o programa de Bishop.
Na sua última temporada universitária, ela já faz grande impacto na nova equipe. Todos os recordes batidos nas suas provas além de liderar o ranking nacional das 100 jardas livre e ocupar a segunda posição nos 50 livre e 100 borboleta.
Rick Bishop é treinador conhecido da natação brasileira. Ele era o treinador de Gabrielle Rose e fez parte da comissão técnica olímpica do Brasil nos Jogos de Atlanta em 1996.
Na semana passada, Maggie MacNeil interrompeu seus treinamentos e competições universitárias para disputar a etapa da Copa do Mundo de Toronto, de onde saiu como a nadadora com maior pontuação da competição além de um novo recorde da Copa para os 100m borboleta com 54s78.