* Publicado originalmente na Best Swimming no dia 8 de julho de 2020
No próximo ano, a segunda semana de junho vai ser uma das mais emocionantes e empolgantes para a história da natação mundial. Dois países, os dois maiores, estarão disputando pela primeira vez suas seletivas olímpicas ao mesmo tempo, ou quase ao mesmo tempo.
Na Austrália, Adelaide receberá a seletiva olímpica de 12 a 17 de junho. Nos Estados Unidos, Omaha, tem o US Olympic Trials de 13 a 20 de junho. Tirando as 14 horas e 30 minutos de diferença de Adelaide para Omaha, as comparações diárias serão inevitáveis. As duas equipes sendo formadas a 37 dias antes do início da natação olímpica em Tóquio para o time da Austrália e 34 dias para o time americano.
Algumas particularidades das duas competições chamam a atenção. Não há idade mínima para se nadar a seletiva americana enquanto que na Austrália, apenas meninas de 13 anos e garotos de 14 anos no dia da competição podem participar. Vale destacar que para nadar a Olimpíada, a idade mínima para o feminino é 14 anos e 15 anos para o masculino a serem feitos em 2021.

Na Austrália serão seis dias de competição, nos Estados Unidos teremos dois a mais. Na Olimpíada, com eliminatórias disputadas pela tarde e finais no dia seguinte a competição de natação vai durar dez dias.
Tanto para o time americano, como para o time australiano, o que vale são os tempos das finais. Ou seja, mesmo que um nadador bata um recorde mundial nas eliminatórias, esta marca não o classifica, em nenhuma das duas seletivas.
Porém, existe uma diferença que é destacada no título deste artigo. A seletiva australiana exige que os dois primeiros colocados que podem garantir suas vagas na final alcancem a marca estabelecida pela Swimming Australia. Os índices são todos mais fortes que os índices A estabelecidos pela FINA e que a USA Swimming vai seguir.

Isso pode determinar que um nadador na Austrália pode até ganhar a prova, nadar abaixo da marca A, mas não ser levado para Tóquio. Os índices estabelecidos pela Swimming Australia ainda foram feitos pela gestão do holandês Jacco Verhaeren, head coach da seleção que deixou o cargo recentemente retornando para seu país. Estes índices foram determinados como a marca que serviu de classificação do oitavo colocado no Campeonato Mundial de Gwangju, no ano passado.
Veja abaixo a tabela que aponta os índices australianos comparados com as marcas A estabelecidas pela FINA e que serão necessárias para a classificação dos atletas americanos:
Aqui os dois documentos oficiais de critérios dos Estados Unidos e Austrália: