Dentre o universo de federações e ligas esportivas, encontramos diversos exemplos onde as entidades transformam-se em grandes “cases” de marketing. É praticamente impossível não elogiar o trabalho de marketing de instituições como NBA, NFL, FIFA, UEFA e mais recentemente a WSL.
No caso da FINA (Federação Internacional de Natação), que em termos de tradição, é uma das maiores federações do mundo assim como uma das mais importantes para o Comitê Olímpico Internacional. Ao analisar suas estratégias de marketing, podemos posicionar numa fase intermediária/boa.
Atualmente a FINA abrange seis modalidades esportivas, sendo que a natação em águas abertas, indiscutivelmente, foi a que mais cresceu nas duas últimas décadas. Analisando a popularização da modalidade e também um melhor entendimento do grande público, a FINA alterou o nome dos seus dois principais circuitos mundiais de águas abertas.
FINA Ultra Marathon Swim Series: Até o ano passado o nome do circuito era FINA Grand Prix. Composto por provas de natação em águas abertas acima de 15 km, chegou a ter disputas com até 88 km, caso de eventos na Argentina.
Dentre o conceito estabilidade pela federação, a maratona aquática tem que ter obrigatoriamente 10 km e a ultramaratona aquática precisa estar acima desta distância. Ao batizar o nome do circuito de Ultra Marathon Swim Series, mesmo uma pessoa que não tenha muita intimidade com a natação, tem um bom entendimento do conceito: ultramaratona. Ou seja, fica claro que o atleta irá nadar longas distâncias, só pelo titulo do evento.
FINA Marathon Swim World Series: É o principal circuito mundial da modalidade e até 2017 chamava-se World Cup. Novamente, o grande público ficava em dúvida sobre o que é a tal “Copa do Mundo”.
Se na corrida de rua, o grande público sabe que a maratona tem 42 km, na natação a FINA quer deixar evidente que a maratona obrigatoriamente tem 10 km. Ao anunciar a Marathon Swim World Series, fica fácil de compreender que federação está realizando o circuito mundial de maratona aquática.
São duas ações simples, mas ao mesmo tempo, uma importantíssima ação de marketing positiva para a FINA e consequentemente para a natação.
E ainda tem outra novidade da FINA, só que desta vez para a natação artística. Sim, você não leu errado: natação artística e não mais nado sincronizado. A modalidade vive uma crise mundial, em parte por causa da campanha mundial do COI pela igualdade de gênero. No caso da natação artística, como é uma modalidade praticamente feminina, a tendência é que venha a ser cortado dos Jogos Olímpicos se nada for realizado para fortalecer este esporte.
Mas o motivo do novo nome é uma inspiração na ginastica artística. Ou seja, a FINA acredita que natação artística é um nome mais adequado para o extinto nome nado sincronizado e que ajude a popularizar a modalidade.