Os critérios de entrada das provas de 50 metros nos estilos nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 foram tão ruins, mas tão ruins que repercutiu pouco, muito pouco. A impressão que fica é de que as pessoas não entenderam o quanto ruim foram os critérios.
Gostando você ou não das provas de 50 metros nos estilos, é incontestável que o anúncio de sua entrada teve grande repercussão. Muita gente celebrou, provas foram incluídas em campeonatos nacionais, ex-atletas sairam da aposentadoria, e muita gente até modificou seus planos de treinamento.
Entretanto, com o anúncio dos critérios anunciados pela World Aquatics e Comitê Olímpico Internacional o movimento levou um banho de água fria, gelada inclusive.
Acontece que o caminho para a Olimpíada se fechou, ficou limitado e restrito num regulamento que não dá as “novas” provas o mesmo status nem importância do restante do programa olímpico.
Para quem não entendeu, os fortes índices de classificação para a Olimpíada até se esperava, mas não dar o mesmo tratamento para as provas de 50 metros nos estilos não faz sentido. Trocando em miúdos, ninguém, nenhum dos possíveis 830 nadadores que fazem parte do limite olímpico para Los Angeles 2028 poderá chegar a Olimpíada somente fazendo o índice.
A ideia de dar ao Circuito da Copa do Mundo de 2027 vagas antecipadas, até foi boa. Valoriza a Copa (que é praticamente morta), e cria um novo estímulo meses antes da disputa olímpica. Porém, se você não estiver entre os seis nadadores que se classificarão para a Olimpiada pela Copa do Mundo você só nada a prova dos 50 metros nos estilos se fizer os fortíssimos índices (marca A) em outra prova, se fizer parte de algum revezamento ou se for chamado pela marca B. Só assim.
O critério é tão absurdo que se um nadador ficar de fora do Top 6 da Copa do Mundo, mas nas suas seletivas olímpicas quebrar o recorde mundial da prova dos 50 metros nos esilo, ele está fora da Olimpíada.
Para mim não faz sentido. O “boom”, positivo por sinal, criado com o impacto da entrada das provas, ficou dilacerado pelos critérios anunciados. Não são poucos os nadadores que voltaram da aposentadoria, ou mudaram seus programas de treinamento, e viram estes sonhos serem sepultados por um critério quase que inexplicável.
O regulamento chama as provas de 50 metros nos estilos de “new events”, até aí tudo bem, mas algumas frases adiantes, e explicado o processo da Copa do Mundo, os atletas que não ficam entre os seis e ainda querem nadar as mesmas em Los Angeles são chamados de “additional athletes”, isso mesmo “additional athletes”.
E para quem ficou incrédulo, o regulamento ainda faz questão de mencionar literalmente: “para evitar qualquer dúvida, se você fizer os tempos (minimum time standards) nas novas provas e não atingir os requerimentos (marca A ou revezamento ou marca B sendo chamado) você não tem direito a participar da Olimpíada”.
É incrível, mas é verdade.
A entrada das provas olímpicas em Los Angeles é o critério mais Mandrake da história da natação mundial.
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