Ano passado completaram-se 100 anos da primeira participação olímpica do esporte brasileiro. Nos Jogos da Antuérpia em 1920, 19 atletas do país de cinco modalidades atravessam durante dias o Oceano Atlântico dentro de uma embarcação e já no continente viajaram milhares de quilômetros de trem até aportarem na cidade belga que sediou a primeira Olimpíada após o término da I Guerra Mundial.
A natação foi uma das modalidades que teve a participação brasileira. Ao todo foram dois atletas inscritos para os Jogos: Ângelo Gammaro e Orlando Amêndola, que nadaram os 100m livre e pararam nas eliminatórias. Ângelo, primeiro atleta olímpico da história do Vasco, também se destacava por disputar diversas modalidades. Além da natação e polo aquático, foi um remador de sucesso nas águas do Rio de Janeiro tendo sido tricampeão carioca com a equipe do Flamengo na década de 1920. Já Orlando também competia simultaneamente nas mesmas modalidades, tendo mais destaque na natação com títulos estaduais entre a década de 1910 e 1920.
Ambos ainda integraram a seleção brasileira de polo aquático que conseguiu na Antuérpia a melhor classificação do país até hoje em Jogos Olímpicos: um honroso sexto lugar, com direito a uma goleada sobre a França por 5 a 1 e uma derrota por 7 a 3 para a Suécia que terminou com a medalha de bronze. O Brasil também participou das disputas dos saltos ornamentais com o paulista Adolpho Wellisch que disputou duas finais. Na plataforma de 10 metros foi o sétimo colocado e no mergulho simples, prova que já não existe mais, terminou em oitavo lugar.
Na natação a grande estrela foi o americana Duke Kahanamoku, que viria a se tornar campeão nos 100m livre com novo recorde olímpico. Os Estados Unidos dominaram a natação com 16 medalhas, sendo oito de ouro em dez provas disputadas. Foi também na Antuérpia-1920 que o Brasil ganhou suas primeiras medalhas nos Jogos, todas no tiro. Guilherme Paraense foi o primeiro campeão olímpico do país ao vencer a prova de pistola rápida com uma arma emprestada.