História, história, história, assim podemos descrever como foi a natação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Tudo começou com a maior crise financeira que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) já enfrentou.
Após o término dos jogos do Rio-2016, os patrocínios foram embora, ao mesmo tempo que escândalos de gestão da confederação vieram para piorar o quadro financeiro. Incialmente os patrocínios privados saíram e na sequência, até mesmo os públicos, como o tradicionalíssimo Correios.
Com três presidentes em menos de um ciclo, a CBDA teve que pedir auxilio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para viagens, despesas e fluxo para contas básicas. Ao que parece a atual gestão da CBDA e o COB estabelecem forte e eficiente comunicação, para fornecerem o necessário para os atletas. Louvável, porém, com muito menos verba do que o ciclo olímpico anterior. Soma-se tudo isso as questões da pandemia, e chegamos que a conclusão que o ciclo foi muito diferente do tradicional.
Entre tantas oscilações, a natação brasileira veio confiante para os Jogos de Tóquio. Logo no inicio veio a consideravelmente inesperada medalha de bronze nos 200m livre de Fernando Scheffer. Digo a palavra, “consideravelmente” pois haviam muitos que consideravam a prova de 200m livre sem favoritos, e quem melhorasse o tempo na hora certa, poderia subir ao pódio. A medalha veio para Scheffer, o que de maneira filosófica, aliviou a CBDA e também nossas maiores chances: Bruno Fratus e Ana Marcela.
Nos 50m livre, Fratus que é um dos nadadores mais constantes do mundo, conquistou a tão sonhada medalha, tendo participado de três finais olímpicas, chegando agora em 3º lugar. Uma medalha sonhada e concretizada.
Indo para as águas abertas, Ana Marcela, eleita seis vezes a melhor maratonista aquática do mundo, tinha tudo para conquistar a medalha de ouro. Sabemos que a imprevisibilidade nas águas abertas é maior do que nas piscinas e a tensão era enorme. Mas para quem acompanhou a prova, viu que a partir da última volta (volta de número sete) Ana Marcela assumiu a liderança do pelotão e então ninguém mais conseguiu acompanhá-la até o placar de chegada, para conquistar a inédita medalha de ouro para a natação feminina do país.
Para analisar a campanha de uma seleção de natação, existem diversos critérios. Eu, particularmente, acredito ser muito importante analisar quantidade de finais alcançadas, semifinais, recordes nacionais e melhoras de tempo. Porem, para a gigantes cobertura de mídia, a análise de medalhas é a mais comum e aceita.
A maior quantidade de medalhas que a natação brasileira havia conquistado em única edição, foram três, nos Jogos de Atlanta-1996, sendo elas:
Prata nos 200m livre com Gustavo Borges
Bronze nos 100m livre com Gustavo Borges
Bronze nos 50m livre com Fernando Scherer
Porém, a melhor campanha é considerada a que tem mais medalha de ouro, assim nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, conquistamos:
Ouro nos 50m livre com Cesar Cielo
Bronze nos 100m livre com Cesar Cielo
Já neste Jogos de Tóquio-2020, realizados no ano de 2021, os números foram superiores em todos os sentidos, com os resultados:
Ouro nos 10 km com Ana Marcela Cunha
Bronze nos 50m livre com Bruno Fratus
Bronze nos 200m livre com Fernando Scheffer
Com a campanha épica, o Brasil ou mesmo a CBDA apresenta a melhor performance dos Jogos Olímpicos no mesmo ciclo que teve os menores investimentos da história.
O momento agora é de retomada do patrocínio nas modalidades aquáticos, seja de empresas publicas ou privadas. Esperamos que depois das performances apresentadas, A CBDA consiga angariar recursos para investir simultaneamente na base e na elite.
Os nadadores brasileiros fizeram sua parte e merecem recolher seus frutos.
Por uma questão de justiça, destaco o trabalho do presidente da CBDA, Luiz Fernando Coelho de Oliveira, que vem conseguindo soerguer a Confederação e restaurar a autoestima de atletas, técnicos e dirigentes. Que os resultados de Tóquio sirvam como incentivo para novas conquistas.
Muito trabalho e feliz em podermos ver a CBDA colhendo bons frutos em Tóquio!
Parabéns a todos que trabalharam para essas conquistas. Luiz Fernando, parabéns.
Destaco, por uma questão de justiça, o trabalho que vem sendo realizado pelo presidente da CBDA, Luiz Fernando Coelho de Oliveira, que assumiu a Confederação num momento de crise e vem conseguindo soerguer a entidade, resgatando a auto estima de atletas, técnicos e dirigentes.
Que os resultados obtidos em Tóquio sirvam de incentivo para novas conquistas.