Equipe russa de revezamento – Foto: Clive Rose/Getty Images
Dia 7 de setembro começa mais um mega-evento na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se da 15ª edição dos Jogos Paralímpicos, a versão olímpica para atletas portadores de deficiência física e intelectual, e que é disputada ininterruptamente desde 1960. Serão utilizadas as mesmas estruturas e arenas dos Jogos Olímpicos que se encerram no último domingo e este ano o evento terá 23 modalidades com mais de 4,5 mil atletas participantes de centenas de países.
Porém, um país não terá nenhum representante no Rio de Janeiro. Trata-se da Rússia, que devido ao esquema de doping estatal que foi descoberto pela Agência Mundial Antidoping (WADA) foi banida e suspensa pelo Comitê Internacional Paralímpico. A decisão foi anunciada no início deste mês e os russos entraram com recurso para reverter a situação, mas não obtiveram sucesso. Nem mesmo as súplicas de paratletas para competir fizeram o Comitê Paralímpico mudar de opinião.
“Embora estejamos satisfeitos com a decisão, não é um dia para celebrarmos. Temos uma enorme simpatia pelos atletas russos que vão perder os Jogos do Rio, mas a decisão sublinha nossa forte crença de que doping não tem lugar no esporte paralímpico e melhora nossa capacidade de assegurar uma competição leal e no mesmo nível para os atletas paralímpicos de todo o mundo”, afirmou Philip Craven, presidente do Comitê.
Em Londres-2012 a natação paraolímpica russa conquistou 42 medalhas, sendo 13 delas de ouro e ficou em quinto lugar no quadro de medalhas, uma colocação a frente do Brasil. A medida do Comitê Paralímpico é duríssima. Antes dos Jogos Olímpicos o Comitê Olímpico Internacional (COI) também sofreu uma forte pressão para suspender e banir toda a delegação russa do Rio-2016, mas optou por deixar a decisão a cargo das federações internacionais. Dessa forma o atletismo foi suspenso e a natação liberou todos os nadadores para competirem, entre eles Yulia Efimova que estava cumprindo uma suspensão por testar positivo para meldonium.
A decisão final de banir todos os paratletas russos pode ser considerada injusta, afinal nem todos utilizam métodos sujos para competir e inocentes acabarão sendo impossibilitados de competir. Porém, esta medida mostra que o combate ao doping tende a ser cada vez mais feroz. Infelizmente ações extremas tem que ser utilizadas pelo bem do esporte mundial.
Por Guilherme Freitas