A quarta e última jornada do Open/Campeonatos de Portugal Juvenis e Absolutos, no Jamor, registou mais recordes nacionais e algumas boas performances, Miguel Nascimento à parte, pois a sua foi para a história.
Miguel Nascimento histórico: primeiro português sub-22 segundos aos 50m livres – Swimchannel
Na derradeira final da competição os homens do Sporting voltaram a ‘fazer das suas’, agora nos 4x100m estilos, com novo recorde sénior e absoluto de 3:43.87, superando a marca que já era sua com 3:44.22 de 13 de abril de 2019, nesta mesma piscina.
Nadaram e ‘pontuaram’: Francisco Santos (56.38), Francisco Quintas (1:01.96), Tiago Costa (54.90) e Gustavo Ribeiro (50.83), com bons tempos parciais e a deixar antever uma boa evolução.
Diana Durães vence 800m livres
Um dos destaques do dia – já sem novidade, mas com satisfação – foi Diana Durães. Depois de uns Campeonatos de Portugal perfeitos nas anteriores finais, com vitórias (suadas, mas convincentes), a benfiquista esteve imperial também aos 800m livres.
Venceu nuns claros 8:36.93, sétima marca da sua longa carreira, mas a sua melhor desde abril de 2021; e mais uma vez dando bons indicadores quanto à sua preparação com vista aos Europeus em Roma, sabendo-se que ainda estará com alguma carga.
Recordo que Diana conquistou um lugar na equipa de Portugal para o Europeu no decorrer do último Mundial de Budapeste, ao realizar o mínimo aos 1500m livres por mais de três segundos (foi a 11ª melhor com 16:25.23 a 19 de junho).
A sua melhor marca de 2022 aos 800m era SB 8:41.37, e a melhor marca nacional do ano pertencia a Tamila Holub com 8:38.51; a atleta do SC Braga foi medalha de prata com 8:48.64, enquanto a júnior de apenas 14 anos da seleção da Argentina, Malena Santillan, foi bronze com uma belíssima marca para a idade: 8:52.16
Argentinas primeiras nos pontos
Aliás, as duas melhores marcas em juvenis femininos da competição pertencem a duas jovens argentinas nascidas em 2008: Santillan nos 200m costas, 2:14.34, e Agostina Hein nos 1500m livres, 16:43.70. A sua seleção esteve no Open de Espanha de há uma semana, e agora no Open de Portugal, a preparar em terras europeias o importante 8º Mundial Júnior, de 23 a 28 de agosto no Perú (em que Portugal participa com Diogo Ribeiro). A juvenil lusa mais pontuada foi Maria Gomes Neves (2008, SC Braga) com 2:10.34 aos 200m Livres.
Aproveitando o ‘embalo’ dos juvenis (em breve o futuro da modalidade) de referir um dos três recordes nacionais da categoria (dois A e um B) obtidos em Oeiras: no sábado os 4x50m estilos mistos do SC Braga bateu o recorde nacional com 1:59, 55, por intermédio de Miguel Durão, Milan Jevic, Gabriela Marques e Margarida Pinto.

Os três mais pontuados em masculinos foram:
Pedro G. Bonniz (GES Loures), 200m Bruços em 2:23.94; Francisco A. Silva (Famalicão), 200m Costas em 2:08.61; e Daniel B. Tavares (Bombeiros da Mealhada/CA), nos 100m Livres, com 53.97
Em masculinos absolutos a organização regista como marca mais pontuada os 22.01 de Miguel Nascimento (857 pontos), o que não se compreende, pois mesmo não tendo sido em prova individual, nadou e averbou oficialmente a meio dos 100m um fantástico recorde de Portugal, com 21.90, a valerem 870 pontos.
100m livres a subir de nível
Sublinhado ainda para os grandes Nacionais que fez também Tiago Costa, cujo fator ‘motivação’ terá sido determinantes, após os bons resultados no Open de Espanha. No último dia venceu os 100m livres em 50.13, segunda marca mais pontuada no setor, sendo o sénior de primeiro ano Gustavo Ribeiro segundo classificado em 50.44.
Aliás os quatro primeiros classificados desta final entraram diretamente para o top-6 dos mais pontuados, o que não deixa de significar uma mudança (de paradigma?) na natação masculina, onde a velocidade ficava frequentemente para trás.
Verdade que não nadaram olímpicos e ‘craques’ do meio fundo (e fundo) como Gabriel Lopes e José Paulo Lopes, mas ainda assim podemos juntar ‘dois-mais-dois’ e – tal como nas marcas obtidas aos 200m livres – começar a pensar seriamente nas estafetas masculinas para as grandes competições internacionais. Não era esse um dos desafios de Alberto Silva quando chegou a Portugal?
Os atletas mais pontuados em masculinos foram:
- Miguel NASCIMENTO (SL Benfica) 50m livres, 21.90 (aos 100m livres) 870 pontos (RNSA)
- Tiago COSTA (Sporting CP) 100m livres, 50.13, 819 pontos
- João N. Costa (Vitoria de Guimarães), 50m costas (4x50m Estilos), 25.55, 808 pontos
- Gustavo Ribeiro (Sporting CP) 100m Livres, 50.44, 804 pontos
- Diogo Lebre (SL Benfica) 100m Livres, 50.59, 797 pontos
- Bruno Ramos (Clube Futebol Os Belenenses) 100m Livres, 50.67, 793 pontos

As atletas mais pontuadas em femininos foram:
- Ana P. Rodrigues (Escola Desportiva de Viana) 50m Bruços, 31.09, 837 pontos (RNSA)
- Diana DURÃES (SL Benfica) 800m Livres, 8:36.93, 824
- Rafaela AZEVEDO (Sport Algés e Dafundo) 50m Costas, 28.79, 823 pontos
- Francisca MARTINS (Foca/Quinta da Lixa) 200m Livres, 2:01.30, 808 pontos (RNSA)
- Mariana Cunha (CN Colégio Efanor) 100m Mariposa, 59.72, 801
- Tamila Holub (SC Braga) 400m Livres, 4:16.31, 785
Conclusões
Podemos retirar algumas conclusões sobre o atual ‘estado da natação’ lusa:
– após dois anos de pandemia a natação volta a demonstrar sinais de recuperação nestes Nacionais, em quantidade (quase 700 atletas no Jamor) e alguma qualidade (ainda não excecional,);
– dois dos nossos melhores e que irão a Roma (Camila Rebelo e Gabriel Lopes) optaram por não competir sequer nestes Campeonatos; e os restantes oito deram boas indicações, cada um à sua maneira, dependendo de N fatores, como data das suas principais provas no Europeu, distâncias, e idade, entre outros; mas a apreciação é muito positiva e as expectativas são boas para uma boa ‘campanha romana’;
– podemos considerar que os oito juvenis nacionais (quatro de cada sexo) que estiveram ausentes no Festival Olímpico da Juventude Europeia poderiam ainda ter dado um nível melhor nesta categoria, que não teve recordes individuais;
– ainda, alguns dos nossos bons valores, como Raquel G. Pereira e Ana M. Guedes também estiveram ausentes, neste caso nos ‘Europeus Universitários’;
– foram, ainda assim, obtidos 17 recordes nacionais, sete deles absolutos, quatro em adaptada (Diogo Cancela com três!), três em juniores, nenhum individual, todos em estafetas e femininas (dois para o Galitos e um para o Algés), e três em juvenis (SC Braga com dois e FC Porto masculino um).
– recordes absolutos: dois para Miguel Nascimento (50m livres), um para Ana P. Rodrigues (50m bruços) e um para Francisca Martins (200m livres), um valor a ter em conta;
– em estafetas absolutas: dois para o Sporting e um para o Benfica, todos em masculinos.
Na classificação do Open de Portugal os mais medalhados foram:
- Sporting Clube de Portugal
- Sport Lisboa e Benfica
- Futebol Clube do Porto
- CN Colégio Efanor
- Escola Desportiva de Viana
- Sport Algés e Dafundo
- Argentina (seleção)
- Foca – Quinta Da Lixa (Felgueiras)
- Sporting Clube de Braga
- Vitória de Guimarães (VSC)
Entre os juvenis destaque para o domínio do Sporting Clube de Braga, que já tinha sido o clube que liderou nas medalhas do recente Nacional de Infantis.
E também a presença de vários clubes que não os três ‘grandes’ (SCP-8º, SLB-9º e FCP-11º).
- SC Braga
- Bombeiros Mealhada/CA
- Algés e Dafundo
- GDN Famalicão
- Gesloures
- Palmela Desporto/PDEM
- Náutico Académico/CNAC