Em todo o mundo os efeitos da pandemia do COVID-19 foram sentidos de várias maneiras, positivas e negativas. Um dos efeitos do distanciamento social foi o aumento de praticantes nas águas abertas (como contamos aqui) e o surgimento de novos desafios. Um deles é uma das mais longas travessias de águas abertas do mundo: o Santa Lucia Channel Swim.
Em setembro do ano passado o sul-africano Cameron Bellamy completou uma travessia de 150 km no Caribe, em uma prova que foi considerada como uma das maiores já realizadas em todos os tempos. O nadador percorreu os 151 km de distância entre as ilhas de Barbados e Santa Lúcia, em 56 horas e 36 minutos, de acordo com o site oficial de monitoramento de seu progresso. Agora no aniversário de um ano desde que Bellamy alcançou a façanha, outros ulttramaratonistas querem cumprir o desafio.
O Santa Lucia Channel Swim está se preparando para uma série de tentativas deste desafio em outubro e novembro deste ano. A prova no canal é uma tentativa menor em relação ao nado Bellamy ano passado. Nesse evento serão 33 km de travessia entre Santa Lúcia e a Martinica.

Comparável ao Canal da Mancha em muitos aspectos, principalmente pela distância da prova, o Canal de Santa Lúcia pode apresentar águas mais quentes, menos tráfego de barcos e um mar mais limpo em relação a famosa prova na Europa. Esses são atributos desejáveis para muitos nadadores de águas abertas treinando para distâncias mais longas e em canais em todo o mundo.
A primeira tentativa de 2020 em outubro será uma missão dupla. Katie Blair será a primeira pessoa a tentar nadar de Santa Lúcia à Martinica no percurso de ida e volta. Em novembro, Edward “Ted” Lomicka e Chris Allshouse tentarão nadar de Santa Lúcia para a Martinica em tentativas individuais que acontecerão com apenas algumas semanas de intervalo.
Chris Allshouse tem 50 anos e está animado para atravessar o Canal de Santa Lúcia ainda este ano. Ele está sempre maravilhado com o poder da água, a interação dos humanos com o oceano e a profunda apreciação por aqueles que lhe apoiam.

O St. Lucia Swim Channel, não inclui apenas as tentativas de nado de Santa Lúcia à Martinica, mas também promoverá clínicas em águas abertas e provas de distâncias mais curtas. Devido ao período de pandemia os organizadores do evento tiveram que cancelar os eventos em grupo, mas mantiveram no calendário as tentativas individuais.
“Estes são tempos difíceis para todos. Estamos felizes por ter a oportunidade para aqueles nadadores de resistência continuarem com seus sonhos de canal e natação de longa distância. Com as restrições de viagens em todo o mundo, tem sido difícil para muitos nadadores continuar com seus sonhos durante 2020”, afirma Sue Dyson, principal responsável e organizadora da travessia.
Nos últimos anos, cada prova solo é organizada por meio de esforços coletivos com o Ministério do Desenvolvimento Juvenil e Esportes, Autoridade de Turismo de Santa Lúcia, Unidade da Polícia Marinha, Serviços de Emergência, SLASPA e Ministério do Turismo do país.

O planejamento dessas tentativas não tem sido fácil devido às restrições tanto em Santa Lúcia quanto na Martinica. “Estamos gratos por ter o apoio das autoridades locais, bem como das autoridades na Martinica para fazer essas provas acontecerem. Estamos ansiosos para tentativas de sucesso para todos os nadadores. Devo observar que, apesar do nadador fazer o trabalho árduo, é um esforço de equipe para o sucesso de qualquer natação. Sem nossos capitães locais e equipe de apoio, não poderíamos tentar esses mergulhos”, conclui Dyson.
O conceito do evento foi para promover a segurança da água, conscientizar sobre a natação em águas abertas e manter os mares e praias limpos. Os participantes geralmente vêm de várias áreas da região, bem como localmente. Os organizadores estão esperançosos pelo retorno da St Lucia Channel Swim Event em 2021, bem como pelos participantes locais e regionais. Veja mais detalhes na página do Facebook da travessia clicando aqui.