Na semana passada, entre os dias 19 a 25 de abril, aconteceu a Seletiva Olímpica da natação brasileira no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro.
Um campeonato em um formato inédito e diferente, não somente por ser seletiva única e num modelo que segue o exemplo dos Estados Unidos e outras grandes referências mundiais, mas também por não termos pontuação por clubes e os tradicionais revezamentos por equipes. Os atletas nadavam em busca de seus melhores tempos e índices olímpicos e não por um título coletivo. Somente as marcas realizadas no período da tarde validavam a conquista do índice olímpico, apesar de todos os tempos serem homologados para o balizamento do atleta.
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A SWIM CHANNEL proporcionou a cobertura do evento em um formato inovador, com o “Esquenta Swim Channel”, que acontecia antes das finais e também a “Coletiva de Imprensa”, com os atletas classificados, logo após cada uma das etapas. Assim você pode acompanhar toda a competição, através dos olhares dos principais especialistas do país.
Alexandre Pussieldi e Patrick Winkler estiveram durante toda a semana na “Bolha de Isolamento” que seguia todos os protocolos da CBDA contra o COVID. Além disso, uma equipe de jornalistas deu todo o suporte online, para que todos ficassem inteirados de tudo o que acontecia. Esta equipe e o convidado Daniel Takata, selecionaram os destaques deste campeonato.
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Melhor nadador da Seletiva Olímpica: Guilherme Costa – Minas Tênis Clube
Como esperado, ele que vem fazendo grandes temporadas de forma muito constante e inclusive é detentor dos recordes sul-americanos dos 400m, 800m e 1500m livre. Na seletiva realizou o índice em três provas individuais, algo incomum para os brasileiros, que foi visto pela última vez em 2008 com Thiago Pereira. Cachorrão treina com Rogério Karfunkelstein no Rio de Janeiro e representa o Minas Tênis Clube. De forma unânime ele foi considerado o melhor atleta desta competição.
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Melhor nadadora da Seletiva Olímpica: Beatriz Dizotti – Minas Tênis Clube
Beatriz Dizotti, que mais jovem representava o Esporte Clube Pinheiros e passou por altos e baixos em sua carreira, veio a ser a primeira mulher no evento a realizar o índice individual. Foi na única prova feminina, onde tivemos outras duas mulheres atingindo essa marca. Beatriz foi a escolha da maior parte do quadro de especialistas, sendo que ela mesma diz que seu resultado se deve a mudança de postura e mentalidade, que adquiriu no retorno de suas temporadas nos Estados Unidos. Vale lembrar que ela já nadou no Davies Nadadores, clube de Alexandre Pussieldi na época.
* Vale também o destaque para Nathalia Almeida na prova dos 200m medley e Larissa Oliveira na prova dos 100m livre
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Melhor Técnico Masculino da Seletiva Olímpica: Rogério Karfunkelstein
Ele, que vem fazendo um grande trabalho durante anos junto a seu pupilo Guilherme Costa, ministra os seus treinos com Cachorrão no Parque Aquático Maria Lenk. Além disso, conduz várias equipes a nível iniciante e amadoras, com atletas infantis, juvenis e masters, treinando para competições de natação de piscina e de águas abertas. Kafu foi nadador e hoje chega ao auge de sua carreira como técnico, ao lado do melhor fundista brasileiro da atualidade.
* Vale mencionar também, o trabalho de Alberto Pinto, do Pinheiros, que foi o técnico que colocou o maior número de atletas na seleção, fazendo um excelente trabalho com os classificados para o revezamento 4x100m livre, que tem chance de medalha do Brasil
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Melhor Técnico Feminino da Seletiva Olímpica: Sérgio Marques e Marcelo Vaccari
A dupla do Minas Tênis Clube realizou um grande trabalho com a jovem fundista Beatriz Dizotti que vem em ascendência desde o ano passado. A nadadora, que este ano já havia nadado o Campeonato Sul-Americano, fez a melhor prova da vida batendo o recorde nacional dos 1500m livre e obtendo índice para Tóquio. Parte desta conquista se deve ao trabalho da dupla no Minas TC, um clube que nos últimos sempre vem revelando muitos fundistas.
* Vale também mencionar a equipe do técnico Fernando Possenti, que teve bons resultados com suas atletas Gabrielle Roncatto, Nathália Almeida e Ana Marcela Cunha que obteve um índice nos 1500m livre
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Revelação Masculina da Seletiva Olímpica: Matheus Gronche – SESI/SP
Categoria que teve unanimidade na escolha. O atleta não era o favorito e foi uma boa surpresa com a sua conquista de índice olímpico individual na prova de 100m borboleta, único atleta a conquistar o índice nesta prova, além ter tido uma ótima performance nos 200m borboleta. Matheus vem elogiando muito o trabalho que o SESI tem feito com seus atletas, sendo incluído no programa principal desta equipe, mesmo antes de obter resultados tão expressivos. O atleta treina com Fernando Vanzella.
* Vale também ressaltar o resultado de Vitor Alcará, do Corinthians, nos 50m livre com 22s04. O jovem atleta baixou mais de meio segundo na sua prova e venceu grandes nomes como Nicholas Santos e Marcelo Chierighini.
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Revelação Feminina da Seletiva Olímpica: Stephanie Balduccini – Paineiras
Já era esperado um grande resultado de Stephanie que na categoria juvenil, bateu o recorde brasileiro dos 100m de cada nado, sendo quatro recordes nacionais em uma mesma competição. No final do ano passado no Troféu Brasil, pegou suas primeiras medalhas no absoluto com marcas expressivas, mas em um campeonato com várias ausências. A jovem nadadora pode integrar o revezamento 4x100m livre brasileiro em Tóquio, e tudo isso com apenas 16 anos. A atleta é treinada por Wlad Veiga, do Clube Paineiras do Morumbi.
* Vale mencionar também a atleta Ana Vieira, do Pinheiros, que mesmo sendo um pouco mais velha que Stephanie, obteve ótimos resultados nas provas de 50m e 100m livre, quebrando a barreira dos 55 segundos pela primeira vez e se classificando para o revezamento nacional.
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Melhores Provas da Seletiva Olímpica: 400m livre masculino e 1500m livre feminino
Desta vez, nosso painel de especialistas ficou dividido entre estes dois espetáculos na água. Os 400m livre teve um altíssimo nível técnico, dos mais elevados da competição, onde era necessário nadar para o tempo de 3min45s, quebrando o recorde sul-americano e fazer o índice A da FINA. Além da grande disputa entre Fernando Scheffer e Guilherme Costa, que fizeram o público vibrar com tempos que demonstram o quão bem está o nível da natação brasileira nesta prova.
Já os 1500m livre feminino foi uma prova atípica, que pela primeira vez integrará o programa olímpico. Com um índice mais acessível, despertou o interesse de muitas nadadoras, fazendo com que assumissem uma postura mais agressiva perante a prova. Ver Beatriz Dizotti, fazendo uma excelente prova e quebrando o recorde brasileiro da favorita Viviane Jungblut, sendo seguida de Ana Marcela Cunha que já está classificada para a maratona aquática e foi para esta prova para se divertir como ela mesma disse em entrevista e também Betina Loscheister, que aos 30 anos e depois de passar por momentos adversos em sua carreira, se renovou e conquistou o índice olímpico, foi realmente algo que emocionou a todos, principalmente Fabíola Molina que não conteve suas lágrimas no momento de entregar o passaporte olímpico para Beatriz.
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Melhor momento da Seletiva Olímpica: Entrega da homenagem do Hall da Fama para Gustavo Borges
Na véspera da última etapa, durante o programa “Esquenta Swim Channel”, Patrick Winkler fez a entrega oficial da homenagem a Gustavo Borges, um dos maiores atletas da natação brasileira de todos os tempos. Integrar o Hall da Fama da Natação Brasileira é uma homenagem mais do que merecida para este atleta, que além de muito honrado estava também muito feliz em poder ver seu filho nadar as provas que ele nadava quando mais jovem. Foi um mix de emoções e um momento onde reconhecemos parte da história da natação brasileira durante um campeonato muito especial, onde todos que ali estavam poderão também no futuro, serem reconhecidos como parte desta história por seus grandes feitos dentro da natação brasileira.