Poliana Okimoto se despede da natação no próximo domingo – Foto: Satiro Sodré/SSPress
Domingo teremos na olímpica Praia de Copacabana a disputa da nona edição do Desafio Elite do Rei e Rainha do Mar. Em ação grandes nomes internacionais da natação em águas abertas que disputam além da coroa de realeza dos mares premiações em dinheiro. Um evento dinâmico com vários tiros curtos de 400 metros (350m de natação e mais 50m de corrida) e que premiará não apenas a melhor equipe, mas também aquele que for a mais estratégica e souber se adaptar ao formato de disputa. Hoje vamos analisar a apresentar os membros de cada time.
No papel o Brasil Amarelo é o mais forte. A equipe conta com a única medalhista olímpica do desafio: Poliana Okimoto, bronze nos Jogos do Rio-2016 que vai anunciar sua aposentadoria da natação competitiva logo após o término do evento. O time tem ainda a melhor nadadora do mundo em 2017, Ana Marcela Cunha que em Budapeste tornou-se tricampeã mundial nos 25 km e ainda levou outros dois bronze nos 5 km e 10 km. Os homens também não ficam atrás. Allan do Carmo foi vice-campeão mundial da Copa do Mundo nesta temporada e Fernando Ponte igualou o melhor resultado masculino da natação em águas abertas no Mundial ao ser 5º colocado nos 5 km e foi o campeão do circuito nacional. Um time de respeito.
Porém, o formato da disputa pode favorecer o outro time do Brasil, que nadará com a touca verde. A equipe entra forte no páreo principalmente por ter dois nadadores de piscina que podem se beneficiar do formato do evento que terá tiros curtos de 400 metros (350m na água e 50m de corrida na areia). Leonardo de Deus já venceu uma etapa do Rei e Rainha do Mar em 2016 e nada muito bem os 400m livre. Ao lado dele teremos o Cachorrão Guilherme Costa, que vive grande fase e ontem tornou-se o primeiro sul-americano a nadar os 1500m livre abaixo dos 15 minutos. Entre as mulheres, Viviane Jungblut também é muito competitiva na piscina sendo recordista brasileira nos 1500m livre em piscina curta e Betina Lorscheitter tem a seu favor a experiência de nadar vários edições do Rei e Rainha do Mar.
Das equipes estrangeiras o time das Américas surge como o principal ameaça aos brasileiros. Samantha Arevalo é o grande destaque, principalmente por também ter ótimos resultados na piscina e um forte sprint final, como demonstrado no Mundial de Budapeste quando foi vice-campeã nos 10 km. Guillermo Bertola, campeão do Grand Prix da Fina este ano, nadou a edição passada e já conhece o esquema do evento, assim como o canadense Xavier Desharnais que nadou a edição de 2013. A americana Rebecca Mann nada pela primeira vez, mas é sempre uma atleta muito competitiva e que se adapta ao formato de disputa.
O time da Europa traz nomes interessantes que podem surpreender os nadadores com mais currículo. A começar pelo atual Rei do Mar, o italiano Dario Verani. Ano passado ele se deu muito bem com o formato de tiros curtos sendo essencial para a conquista do título ao lado da medalhista olímpica Rachele Bruni. Nadadora oriunda da piscina, a holandesa Esmee Vermeulen disputa pelo segundo ano o evento e assim como Dario já conhece a dinâmica da competição. Destaque também para a húngara Anna Olasz que este ano foi campeã da Universíade de Taipei e atualmente treina com Bob Bowman, lendário técnico de Michael Phelps. O veterano alemão Alex Studzinski, de 34 anos e antigo campeão da Travessia Capri-Nápoli, traz experiência ao time do velho continente.
Por fim o time da África tem quatro nadadores do mesmo país. Todos são sul-africanos e o nome mais conhecido da equipe é o do campeão mundial de 5 km em Roma-2009 Chad Ho, que também já nadou o Rei e Rainha do Mar em edições passadas. Top 10 no Mundial de Budapeste-2017 nos 5 km e atleta olímpica Michelle Weber é o principal nome do feminino. Completam o time africano dois jovens nadadores: Sasha-Lee Nordengen-Corris, grande revelação das águas abertas no país e Danie Marais que também nadou o Mundial de Budapeste.
Como dissemos acima, o time Brasil Amarelo é o grande favorito no papel. Porém, alguns nomes nas equipes do Brasil Verde, América e Europa podem endurecer o jogo contra os favoritos e surpreender. O time africano é o mais fraco no papel, mas tem alguns atletas competitivos que podem dar trabalho em determinado momento da disputa. E surpresas é o que não faltam na história do Desafio Elite do Rei e Rainha do Mar.
Cinco equipes. Vinte nadadores. E apenas quatro coroas de reis e rainhas dos mares em disputa. Em ação medalhistas olímpicos, mundiais e continentais, mas como as águas abertas são sempre impressíveis tudo pode acontecer na Praia de Copacabana. Que país vai levar a melhor neste domingo?
Por Guilherme Freitas