Após bater na trave no Mundial de Kazan-2015 e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016, o revezamento 4x100m livre masculino do Brasil finalmente fez bonito em 2017 e levou a medalha de prata em uma disputa eletrizante contra os americanos. Naquela prova Gabriel Santos, Marcelo Chierighini, Cesar Cielo e Bruno Fratus integraram a equipe brasileira. O quarteto teve um ano sem dúvida inesquecível.
A começar por Gabriel Santos, que nadou em Budapeste seu primeiro Mundial. O jovem do Pinheiros teve um desempenho de 100% de aproveitamento na prova dos 100m livre nos três principais eventos nacionais: foi campeão na prova nobre no Troféu Maria Lenk, no Troféu José Finkel e no Torneio Open. Seu melhor tempo foi no Maria Lenk quando venceu com 48s11.

Marcelo Chierighini, o segundo homem da equipe, finalmente foi ao pódio em um Mundial. O velocista do Pinheiros já havia sido finalista em Barcelona-2013 e Kazan-2015, além do Rio-2016, mas nunca havia conseguido conquistar uma medalha. Em Budapeste voltou a ser finalista na prova individual (ficou em 5º lugar com o melhor tempo pessoal de 48s11) e ganhou a prata com o revezamento fazendo um dos parciais mais fortes de todos os tempos: 46s85!
Cesar Cielo teve um ano completamente diferente de 2016. Ano passado ele chegaria ao Rio-2016 como a grande estrela da natação brasileira, porém, perdeu a vaga nos 50m livre para Ítalo Duarte. Após a não classificação, Cielo se afastou da natação e muitos imaginavam que ele deixaria as piscinas. Porém, ele absorveu a derrota, acertou com o Pinheiros e voltou. Em Budapeste ganhou sua sétima medalha em Mundiais e ainda voltou a ser campeão nacional nos 50 livre no Torneio Open e no Troféu José Finkel.

Por fim Bruno Fratus. Após começar o ano sem clube (foi dispensado pelo Pinheiros) ele acertou com o Internacional de Regatas de Santos e manteve seus treinamentos em Auburn. Ao longo do ano foi o nadador mais consistente dos 50m livre, nadando para 21 segundos com frequência em competições ao redor do mundo. Em Budapeste fechou de forma brilhante o revezamento, pressionando Nathan Adrian até o final e nos 50m livre faturou a prata com 21s27, melhor tempo pessoal e apenas atrás do fenômeno Caeleb Dressel.
Como podemos ver todos tiveram um ótimo ano em 2017 e já se preparam para os desafios de 2018. Uma das missões será justamente manter a vaga no revezamento 4x100m livre, que já apresenta novos candidatos.

Hoje o nadador que esta mais cotado para entrar na equipe é o jovem Pedro Spajari. O velocista que também integra a equipe do Pinheiros finalmente desabrochou. Na reta final da temporada nadou os 100m livre na casa dos 48 segundos cinco vezes e terminou a temporada com 48s25, terceira melhor marca da temporada entre os brasileiros afrente de Fratus (48s50) e Cielo (48s92), e atrás de Gabriel e Chierighini, ambos com 48s11. Com apenas 20 anos tem potencial para continuar nadando bem e com seus resultados recentes já é uma realidade e pode acabar tomando o lugar de alguém na equipe.
Ausente das temporada nacional em 2017, João de Lucca é outro nadador que não pode ser descartado. Integrante da equipe nacional nas últimas temporadas o atleta não acertou com nenhum clube brasileiro e optou por seguir treinando e competindo nos Estados Unidos com a equipe da Universidade da Lousiana. Em dezembro nadou o Torneio Open em observação e fez apenas 50s00 nos 100m livre. Seu melhor tempo em 2017 foi 49s24 no Arena Grand Prix de Atlanta.

Outros nomes ainda podem surpreender e brigar por um lugar na equipe. Treinando nos Estados Unidos, Matheus Santana busca dar a volta por cima e mostrar que ainda tem lenha para queimar. O atleta que nadou este ano para 49s01, no Troféu Maria Lenk, ainda tem esperanças em retornar a seleção e sabe que terá que nadar para seus melhores resultados de 2014 para voltar ao time. Henrique Martins é outro velocista candidato e que esta em grande fase, seguindo extremamente veloz nas provas de borboleta. Em 2016 nadou na casa dos 48 segundos e espera fazer novamente e 2018. Da nova geração destaque para Breno Correa que foi finalista no Mundial Júnior e vem se aproximando dos 48 segundos.
A luta por um lugar no revezamento 4x100m livre será intensa até o final e quem vacilar pode acabar fora da equipe. A concorrência será feroz e quem ganha são os próprios atletas que terão que nadar mais rápido para manter a sua vaga na seleção. O primeiro desafio até os Jogos de Tóquio-2020 será o Campeonato Pan Pacífico que também acontecerá na capital japonesa em agosto do ano que vem. A briga vai ser boa!

Por Guilherme Freitas