De Wet du Toit, ativista e ultramaratonista aquático, completou um desafio de 7,7 km para aumentar a conscientização sobre as populações cada vez menores de tubarões na África do Sul. Ele se tornou a primeira pessoa a nadar em direção a Ilha Dyer, perto de Gansbaai na África do Sul, em águas que são conhecidas pela presença de tubarões.
Ele disse que a rota nunca foi nadada antes por conta da associação que a ilha teve, por mais de cem anos, com grandes tubarões brancos. Em suas palavras, teria sido suicídio fazer essa prova há dez anos. “Mas o número de tubarões diminuiu nos últimos anos, e é exatamente por isso que planejamos essa prova: para aumentar a conscientização sobre a situação dos tubarões locais.”, disse. Segundo a bióloga Alison Towner os avistamentos de tubarões brancos em torno da Ilha de Dyer têm sido esporádicos desde 2017 devido à atividade de orcas.
Incidentes de orcas atacando tubarões brancos na área foram documentados ao longo dos anos e, a cada incidente, os tubarões brancos pareciam ter ficado longe por mais tempo. No entanto, Towner enfatizou que a falta de avistamentos não era necessariamente uma indicação de uma diminuição da população – os tubarões podem ter se mudado para uma área diferente ou não foram vistos.
Mas as atividades humanas também estão espantando os tubarões do local. Du Toit busca angariar apoio para a remoção de redes contra tubarões ao longo da costa leste da África do Sul por meio da criação de um documentário. “Sabia que essa prova chamaria atenção. Tubarões em todo mundo estão em perigo e as ações humanas estão os levando à extinção. Estamos aplicando pressão sobre os políticos para remover essas redes arcaicas de abate de tubarões”, comentou o atleta.
As redes para tubarões foram implantadas pela primeira vez no início dos anos 1950 para reduzir os ataques de tubarões e estão instaladas em 37 praias ao longo da costa da província. De acordo com o site do KwaZulu-Natal Sharks Board, a maioria das redes tinham mais de 200 metros de comprimento e 6 metros de profundidade. Porém, essas redes acabam capturando também animais inofensivos.
“As redes de tubarões são uma fonte de mortalidade. Se matarem 20 tubarões por ano, e isso já acontece há anos, isso pode ter um impacto na população de tubarões. Não podemos proteger uma espécie no papel e, ao mesmo tempo, continuar matando-a no mar, onde ninguém pode ver o que estamos fazendo. Existem outras tecnologias para preservar estas espécies”, finalizou.