Poucas provas até o momento puderam contar em sua final com todos os medalhões ou atletas sempre apontados como favoritos. Até este quinto dia de competições no Estádio Aquático Olímpico, já assistimos falhas de Zetao Ning nos 100m livre, Daniel Gyurta nos 200m peito e Chad Le Clos nos 200m borboleta. Porém, este não é o caso dos 200m medley. Aqui, todos os grandes favoritos a medalha estarão na água.
E será sem dúvida nenhuma uma prova extremamente disputada e imprevisível. Podemos separar a disputa por dois grupos. O primeiro é do quarteto formado por Michael Phelps, Ryan Lochte, Kosuke Hagino e Thiago Pereira, que são apontados na maioria das apostas e palpites como os principais favoritos a subirem no pódio, principalmente pelos resultados obtidos neste ciclo olímpico.
No segundo grupo estão Shun Wang, Dan Wallace, Hiromasa Fujimori e Philip Heintz. Não estão no nível do primeiro quarteto citado aqui, mas tiveram resultados expressivos nos últimos anos. Wang levou o bronze nesta prova no Campeonato Mundial de Kazan e Wallace integrou os revezamentos britânicos medalhistas no 4x200m livre em Kazan e aqui no Rio.
Nas semifinais Michael Phelps (1min55s78) foi o mais rápido ao vencer uma eletrizante série contra Ryan Lochte (1min56s28) e Thiago Pereira (1min57s11). Em diversos momentos da provas eles estiveram lado a lado, mas acabaram tirando um pouco o pé do acelerador para guardar energia para amanhã. Na primeira série ninguém conseguiu acompanhar Kosuke Hagino (1min57s38) que também segurou no final quando viu que tinha vaga assegurada.
Amanhã na final a condição física pode ser um fator determinante. Com nove quedas na água até o momento (e duas medalhas conquistadas), Kosuke Hagino é de longe o mais cansado. E mesmo sendo um dos melhores da atualidade isso pode ser um fator preocupante para o japonês. Phelps é outro que já demonstra cansaço aqui no Rio de Janeiro. Assistimos a isso na final dos 200m borboleta anteontem, mas ele é Michael Phelps e pode tirar um coelho da cartola a qualquer momento.
Por outro lado, alguns nadadores chegam mais descansados. Thiago Pereira é o melhor exemplo, afinal nada apenas esta prova. Ryan Lochte também está quase “zero bala”, pois nadou até agora apenas as eliminatórias e finais do revezamento 4x200m livre.
A final poderia ter ainda Henrique Rodrigues, que acabou piorando seu tempo em relação as eliminatórias. Com 1min59s23 ele terminou apenas na nona colocação. Se tivesse repetido o desempenho da tarde estaria na final e podendo lutar por uma medalha.
Os quatro principais favoritos sabem que a luta entre eles por uma medalha promete ser intensa e imprevisível. Porém, não podem achar que a outra metade dos participantes irá se contentar em apenas participar e colocar no currículo que foi finalista olímpico. Pelo que vimos nas eliminatórias e nas semifinais qualquer erro pode custar muito caro na final de amanhã.
Por Guilherme Freitas
A equipe Swim Channel na cobertura dos Jogos Rio 2016 é patrocinada pela Mormaii, a maior marca de esportes aquáticos do Brasil