* Publicado originalmente na Best Swimming no dia 7 de julho de 2020
Demorou, mas saiu. A FINA distribuiu a todas as 208 federações nacionais o regulamento e critérios de classificação para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 que acontecerão de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. O documento publicado traz detalhes sobre o período de classificação, os torneios autorizados além dos prazos a serem cumpridos.
Abaixo detalharemos ponto a ponto para você entender todo o processo de classificação:
878 nadadores é o total máximo de atletas que a natação terá em Tóquio
Isso é uma redução em relação as últimas cinco edições olímpicas. Só tivemos menos atletas nos Jogos do que a projeção da FINA em Atlanta-1996 quando foram 762 atletas. Esta redução de atletas, com a inclusão de novas provas (800m livre masculino, 1500m livre feminino e revezamento 4×100m medley misto) representa um impacto direto nos atletas que disputam os Jogos Olímpicos pela marca B, estes serão os maiores atingidos.
192 países tem garantida presença na natação olímpica em Tóquio
Pelo regulamento, todos os países que estiveram na disputa da natação do Mundial de Gwangju tem garantida presença na disputa olímpica em 2021. Seja pelos atletas com índices de classificação ou pelas vagas de universalidade.
Período de classificação até 27 de junho de 2021
O período para obter as vagas olímpicas foi ampliado até 27 de junho de 2021. As marcas obtidas em competições válidas e oficiais começou no dia 1o de março de 2019 e vai o novo limite. Isso muda por completo a regra de validade dos tempos, mas foi a forma da FINA ajustar o período de classificação.
Todos os atletas e revezamentos classificados estão mantidos
Isso não é novidade, já havia sido anunciado e foi apenas mais uma vez confirmado. Assim, todos os atletas que obtiveram índices em países que consideram este formato de classificação mantém suas vagas confirmadas. Os revezamentos (12 de cada prova) classificados no Mundial de Gwangju também seguem confirmados.
Prazo para classificação dos revezamentos 31 de maio de 2021
Isso interessa diretamente o Brasil. Não temos nenhum revezamento feminino classificado, nem o 4×100m medley misto, e se a CBDA quiser colocar estas equipes na Olimpíada terá de fazer a seletiva olímpica ou obter marcas antes deste prazo final. Se a seletiva olímpica do Brasil acontecer depois desta data, o tempo do revezamento, mesmo que seja forte o suficiente para classificação, não será considerado pela FINA.
Competições que são válidas para índices
FINA listou os torneios que serão considerados como classificatórios pela ordem: Mundial de Gwangju, Mundial Júnior, etapas da Copa do Mundo quando em piscina de 50 metros, campeonatos continentais, campeonatos continentais de categoria, campeonatos nacionais e regionais, neste último item, estas competições precisam ser oficializadas pela FINA antes da sua disputa. Estes torneios nacionais e regionais têm de apresentar documentação prévia a FINA. Para os torneios em 2020, 45 dias antes de sua disputa, para os torneios em 2021 enviados a FINA até 31 de dezembro de 2020. Outro detalhe, FINA só reconhece resultados internacionais num limite de quatro torneios por ano por país e dois campeonatos nacionais ou seletivas olímpicas por ano por país.
Atletas de Universalidade podem ser modificados
Isso não se aplica ao Brasil, mas os países que não conseguem atletas com índices A ou B, têm garantida duas vagas, uma de cada sexo, para os Jogos Olímpicos de Tóquio desde que tenham participado do Mundial de Gwangju. Somente os atletas que estiveram em Gwangju podem ser considerados, porém a FINA incluiu um novo item no seu regulamento que diz: “em caso do atleta presente ao Mundial de 2019 não puder participar e por válidas razões…” este atleta poderá ser substituído. Não se sabe ao certo o que quer dizer “válidas razões” e pode ser uma série de coisas como doping, lesões, ou alguma outra coisa. Com certeza, a FINA vai precisar especificar isso com mais detalhes.
Porque será muito difícil incluir atletas com índice B
Outro item que não se aplica ao Brasil, CBDA e COB já determinaram que o país irá enviar apenas atletas com marca A. Porém vale uma explicação para entender o processo. Pela ordem serão chamados:
1. atletas com índices A
2. atletas integrantes das equipes de revezamento (sete provas com 16 equipes)
3. atletas de países com Universalidade
4. atletas com índices B chamados pela ordem de FINA Points
Como o total de atletas a ser atingido é de 878 nadadores, vai ser muito, mas muito difícil chegarmos com muitas vagas no item 4. Assim, quem não pegar o índice A, para estar na Olimpíada com o índice B vai ter que fazer marcas muito boas, muito próximas da marca A. Outro detalhe importante é que na classificação da marca B, os atletas serão chamados pelo FINA Points independente do sexo ou prova que estão buscando vaga.
Calendário da rota olímpica para Tóquio 2021
1º de março de 2019 – Início do período classificatório de marcas
31 de maio de 2021 – Prazo final para obtenção de marcas para os revezamentos
11 de junho de 2021 – Prazo final para as federações nacionais confirmarem seus revezamentos
20 de junho de 2021 – Prazo final para indicação dos atletas para vagas de Universalidade
27 de junho de 2021 – Prazo final para as federações nacionais confirmarem seus atletas reservas de revezamento
27 de junho de 2021 – Prazo final para obtenção de marcas classificatórias
1o a 4 de julho de 2021 – FINA revisará as vagas e informará a lista dos atletas com marca B
5 de julho de 2021 – Final do prazo de inscrição para todas as vagas olímpicas
Veja os dois documentos publicados pela FINA
Este publicado no dia 26 de maio: clique aqui.
Este publicado no dia 6 de julho: clique aqui.