Natação teve amplo domínio nos reconhecimentos do Prêmio Brasil Paralímpico 2025. A pernambucana Carol Santiago, 40, atleta da classe S12 (baixa visão), é a maior campeã paralímpica da história do Brasil. Em 2025, a atleta se destacou no Mundial de Natação Paralímpica de Singapura ao conquistar cinco medalhas (ouro nos 50m livre, 100m livre e 100m costas e revezamento 4×100 medley 49 pontos, além da prata no revezamento 4×100 medley livre).
“Estou muito feliz de estar aqui nesta noite e ter meu trabalho reconhecido neste ano, que foi o mais difícil de minha carreira como atleta paralímpica. Fico feliz de ter conseguido transformar as dificuldades e vencer todos os desafios enfrentando eles com muita coragem. Não podia deixar de agradecer meu marido, Leonardo Tomasello. Falo pouco nele, porque me emociono. Ele sempre me faz enfrentar meus desafios com muita força e sempre me incentiva a fazer aquilo que eu tenho de fazer. Com certeza muito do meu resultado eu devo a ele. Também gostaria de agradecer muito a meus psicólogos que trabalharam comigo este ano, com treinamento e acompanhamento, e à Chiquinha, nossa enfermeira amada, que sempre me apoiou, e ao fisioterapeuta Tadeu. Por fim, agradeço a todos os que trabalham no CPB. Sempre busco agradecer a todos, porque não seria possível sem vocês. Parabenizo também o CPB que vem mudando histórias, a minha e de muitos atletas com deficiência e suas famílias,” afirmou a nadadora.

Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.
Esta foi a quarta vez em que a pernambucana foi homenageada como a melhor atleta feminina do ano. Ela também recebeu a honraria em 2021, 2022 e 2024. Carol ainda recebeu na noite desta quinta-feira o prêmio de destaque da natação em 2025. Com isso, ela chega a um total de dez troféus na premiação, se consolidando como a atleta feminina mais vezes homenageada.
Gabriel Araújo, 23, da classe S2 (comprometimento físico-motor), encerrou o Mundial de Singapura com três medalhas de ouro (100m costas, 200m livre e 50m costas). Com isso, Gabrielzinho chegou ao tricampeonato mundial nas três provas e manteve sua invencibilidade nestas disputas em mundiais. O atleta também foi premiado como atleta masculino do ano em 2023 e em 2024. Além disso, recebeu o troféu de Atleta Revelação em 2021.
“Queria agradecer a Deus primeiramente por tudo o que ele vem fazendo acontecer na minha vida, à minha família, ao meu pai, as minhas irmãs, e a minha namorada e à minha mãe, por tudo o que ela ez e faz por mim. Eu sou o homem que eu sou graças a ela. Não tenho mais o que falar sobre 2025. A única coisa que eu tenho para prometer é que 2026 será melhor ainda. Gostaria de agradecer meu treinador, Fábio Antunes. Uma frase que refleti todas as vezes em que subi neste palco é que fico feliz pelo reconhecimento do meu trabalho, mas meu treinador é quem faz eu atingir meu nível máximo. Estou muito feliz e honrado de estar aqui. Tenho orgulho de ser o melhor atleta e de ter o melhor treinador do mundo”, disse o nadador. Gabrielzinho tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.

Atleta da Galera
Além dos troféus entregues aos destaques masculino e feminino do ano, o CPB premiou 24 atletas que se destacaram em suas respectivas modalidades em 2025 e ofereceu nove homenagens a personalidades e instituições de destaque no Movimento Paralímpico. Prêmio decidido por meio de votação popular, o Atleta da Galera foi entregue à velocista Verônica Hipólito, medalhista de bronze nos 100m da classe T36 (paralisia cerebral) no Mundial de atletismo de Nova Deli em 2025 após mais de 75 mil votos.
“Quero fazer um agradecimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro. Foi a primeira vez em que tivemos seis candidatas mulheres no Atleta da Galera. Quem me fez ganhar este prêmio foi o pessoal da Nauru, meu clube. Amo muito vocês. Também gostaria de agradecer à equipe do CPB, da Ciência do Esporte, da Academia, treinadores, fisioterapeutas, massoterapeutas. Vocês mudam nossa história todos os dias”, afirmou.
A paulista Alessandra Oliveira, 17, foi escolhida como a Atleta Revelação de 2025. Aos 17 anos, a jovem conquistou os 100m peito para a classe SB4 (comprometimento físico-motor) no Mundial de Singapura e se tornou recordista mundial da prova. Ainda fez parte da equipe campeã do revezamento 4x50m medley 20 pontos na mesma competição. “Este troféu representa um trabalho muito bem feito e competente de minha comissão técnica. Tudo o que a gente faz dentro das piscinas é resultado do trabalho deles”, afirmou Alessandra.

Dois técnicos também foram premiados. Alessandro Tosim foi escolhido como Melhor Treinador de Modalidades Coletivas. O técnico comandou a Seleção Brasileira feminina de goalball que conquistou o título inédito da Malmö Cup, na Suécia, além do bicampeonato das Américas e da conquista da vaga para o Mundial de goalball de 2026, em Hangzhou (China). O treinador já havia obtido o reconhecimento em 2022, 2018, 2014 e 2012.
Fábio Antunes, treinador de Gabrielzinho desde 2015, foi eleito Melhor Treinador de Modalidades Individuais.
Em 2025, ele também se tornou treinador permanente da Seleção Brasileira paralímpica para atletas de classes baixas (S1, S2, S3, S4 e S5).
O Prêmio Aldo Miccolis foi entregue a Sílvia Grecco, Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência da Cidade de São Paulo; o Prêmio Memória Paralímpica foi entregue à Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande) e à Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), fundadoras do CPB; o Prêmio Loterias Caixa foi entregue ao Praia Clube-Uberlândia; e o carioca Ricardo Mendonça, do atletismo, recebeu o Prêmio Braskem.
O Prêmio Brasil Paralímpico ainda homenageou todos os ex-presidentes do CPB: João Batista de Carvalho, Vital Severino Neto, , Andrew Parsons e Mizael Conrado.

Confira todos os premiados nas categorias especiais:
Melhores atletas do ano: Carol Santiago e Gabriel Araújo
Atleta Revelação: Alessandra Oliveira
Melhor técnico em Modalidade Individual: Fábio Antunes (natação)
Melhor Técnico em Modalidade Coletiva: Alessandro Tosim (goalball)
Memória Paralímpica: ANDE e CBDI, confederações fundadoras do CPB
Prêmio Aldo Miccolis: Silvia Grecco
Prêmio Loterias CAIXA: Praia Clube – Uberlândia
Prêmio Braskem: Ricardo Mendonça
Confira os vencedores por modalidade:
Atletismo: Jerusa Geber
Badminton: Vitor Tavares
Basquete em cadeira de rodas: Sérgio Veiga
Bocha: Maciel Santos
Canoagem: Fernando Rufino
Ciclismo: Sabrina Custódia
Escalada: Marina Dias
Esportes de Inverno: Cristian Ribera
Futebol de Cegos: Raimundo Nonato
Futebol: PC Vinicius Araújo
Goalball: André Dantas
Halterofilismo: Tayana Medeiros
Hipismo: Rodolfo Riskalla
Judô: Brenda de Freitas
Natação: Maria Carolina Santiago
Paraesgrima: Jovane Guissone
Remo: Gessyca Guerra e Michel Pessanha
Rúgbi em cadeira de rodas: Lucas Junqueira
Taekwondo: Ana Carolina Moura
Tênis de Mesa: Sophia Kelmer
Tênis em cadeira de rodas: Vitória Miranda
Tiro com arco: Eugênio Franco
Tiro esportivo: Alexandre Galgani
Triatlo: Jéssica Ferreira
Vôlei sentado: Suellen Lima
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