Essa semana a grande polêmica da natação envolve o campeão olímpico dos 100m e 200m costas, o russo Evgeny Rylov. Principal destaque da seleção da Rússia nos Jogos de Tóquio, o nadador participou na última sexta-feira de um evento em Moscou em apoio ao governo do presidente Vladimir Putin e da invasão do exército do país ao território ucraniano. Inclusive, Rylov ostentou no palco, ao lado de outros atletas russos, suas medalhas conquistadas na última Olimpíada.
A cena do campeão olímpico no palco junto a Putin e com emblema nacionalista do exército russo, uma letra “Z” na cor branca em seu agasalho, não caiu bem no Ocidente. Jornalistas e veículos de mídia ocidental criticaram a atitude do russo. Os nadadores ucranianos Mykhailo Romanchuk e Andrii Govorov também repudiaram o ato em suas redes sociais e pediram uma punição ao russo. Govorov disse que estava de “coração partido” com toda essa situação.

A primeira consequência que Rylov enfrentou devido suas atitudes veio com o rompimento de seu contrato com a Speedo Internacional. A marca de material esportivo alegou em um curto comunicado enviado a imprensa e publicado em suas redes sociais, “que apoia as manifestações do nadador e que é solidária ao povo ucraniano”. A Speedo Internacional ainda afirmou que doará o dinheiro que pagaria a Rylov para o Acnur, a agência de refugiados da ONU. O nadador russo não se manifestou sobre o assunto e vem bloqueando comentários e perfis contrários a sua atitude nas redes sociais.
O nadador russo também é sargento da Polícia em Moscou e após os Jogos de Tóquio encontrou-se com Putin onde recebeu um carro como premiação pelos títulos olímpicos e posou para fotos com o presidente do país. Rylov já postou várias imagens dos encontros que teve com o líder russo em suas redes sociais e muitos o apontam como apoiador do governo.

A FINA afirmou que ficou desapontada com os atos de Rylov e que vai avaliar a situação, dando a entender que pode punir ou suspender o atleta de seus eventos. A entidade não baniu atletas russos e bielorussos de suas competições e liberou que eles participem como atletas neutros. Com isso a bandeira russa não poderá ser hasteada e o hino país fica impedido de ser executado. O Campeonato Mundial de piscina curta de Kazan, que aconteceria em dezembro, não será mais disputado no país.
Quem também anunciou punição a Rússia foi a equipe Energy Standard, que disputa o International Swimming League (ISL). O time comunicou a expulsão de cinco nadadores russos da temporada 2022 da liga. Evgeny Rylov, Kliment Kolesnikov, Evgeniia Chikunova, Andrei Zhilkin e Maxim Stupin não poderão nadar pelo clube neste ano. Possíveis sanções a outros nadadores russos ainda poderão ocorrer no ISL.
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