A Federação Internacional de Natação (FINA) divulgou hoje uma nota para a imprensa anunciando a suspensão e banimento de todos os atletas das modalidades aquáticas da Rússia e Bielorrússia até o final da temporada 2022. Com isso esses atletas não poderão participar do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste e nem do Campeonato Mundial de piscina curta no fim do ano, que seria em Kazan e deverá ter uma nova sede anunciada em breve.
Com essa punição não veremos na capital húngara nomes como Evgeny Rylov, Kliment Kolesnikov, Yulia Efimova e Vladimir Morozov, todos medalhistas olímpicos. Rylov, que participou de um evento de apoio ao presidente Vladimir Putin, já havia anunciado que não nadaria o Mundial em protesto as sanções esportivas impostas a Rússia. No nado artístico a seleção russa, que ganhou nove das dez medalhas de ouro em disputa, será uma ausência de bastante peso. Mas além desses atletas, outro nome de destaque também está fora do Mundial: o bielorrusso Ilya Shymanovich.

Oitavo colocado na final olímpica dos 100m peito em Tóquio, campeão mundial da prova em piscina curta no fim do ano passado em Abu Dhabi e recordista mundial dos 100m peito em piscina de 25 metros, Shymanovich é hoje o maior nome da natação da Bielorrússia. O atleta de 27 anos detém a quinta melhor marca da história nos 50m e 100m peito em piscina longa e no ano passado, ele foi um dos melhores índices técnicos da International Swimming League (ISL), mas não sabe se poderá nadar o circuito este ano devido ao conflito militar na Ucrânia.
Shymanovich é noivo da jogadora de vôlei de praia russa Sveta Kholomina, também afetada pelas sanções esportivas a seu país e impossibilitada de jogar o circuito mundial da modalidade. O nadador bielorrusso não se manifestou em suas redes sociais sobre a situação e sua última postagem foi feita na semana passada onde celebra seu noivado na cidade de Tenerife, na Espanha, onde esta treinando.

A Bielorrússia teve oito atletas de modalidades aquáticas presentes nos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, sendo seis na natação e duas no nado artístico. Além de Shymanovich, Anastasiya Shkurdai também foi finalista tendo terminado em oitavo lugar nos 100m borboleta feminino. Na história o país tem três olímpicas na natação, todas de Aliaksandra Herasimenia, que se declarou contra a guerra e o governo de seu país. Exilada na Ucrânia, ela tenta deixar o país.
Principal aliada do país de Vladmir Putin na guerra no leste europeu, a Bielorrússia autorizou que tropas russas atacassem a Ucrânia através de seu território e foi uma das nações que votou contra sanções econômicas contra a Rússia no Conselho da ONU. Por estar diretamente envolvida no conflito militar, seus atletas também estão sendo punidos por entidades esportivas.