Foi o dia mais medalhado para o Brasil no Campeonato Pan-Pacífico de Tóquio. Duas medalhas em duas provas onde a natação brasileira batalha para estar também no próximo Campeonato Mundial e nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Um ouro, antes prata, com o já cotadíssimo revezamento 4x100m livre e um bronze com Vinícius Lanza, cada vez mais em ascensão nos 100m borboleta.
De novo a final do revezamento 4x100m livre foi de tirar o fôlego. E mais uma vez a decisão nos metros finais entre Estados Unidos e Brasil. Assim como no Mundial de Budapeste no ano passado o Brasil apertou até a reta final o time americano e a decisão se deu por detalhes. Com a ordem de queda na água formada por Gabriel Santos, Marcelo Chierighini, Marco Antônio Júnior e Pedro Spajari o Brasil oscilou bastante durante o percurso estando entre a quarta e segunda colocação.
Gabriel Santos abriu para 48s93 e entregou na quarta colocação emparelhado pela Austrália, EUA e um surpreendente Japão, que abriu na liderança. Em seguida veio Chierighini que recuperou espaço com um bom parcial de 47s58 e entregou na segunda colocação para Marco Antônio Júnior, que acabou sendo mais lento da equipe com 48s53. Coube a Pedro Spajari fazer um fantástico parcial de 46s94 e colocar o Brasil de novo na briga pela medalha de ouro. Foi o parcial mais veloz de todo o revezamento e se houvesse mais alguns metros poderia até superar Nathan Adrian que cansou muito na parte final e por pouco não perdeu a liderança.
Porém, minutos depois veio um anúncio da arbitragem do Pan-Pacífico: os Estados Unidos haviam sido desclassificados por um erro patético: inverteram a ordem do revezamento. Dessa forma o tempo de 3min11s67 dos americanos foi desconsiderado. E o ouro caiu no colo do Brasil que com 3min12s02 conquistou a inédita medalha de ouro no 4x100m livre no Pan Pacífico e se firmando cada vez mais como favorito ao pódio olímpico em Tóquio-2020. Com a mudança no resultado os australianos herdaram a prata e os japoneses o bronze.
Na versão feminina do 4x100m livre a Austrália fez 2×0 nos Estados Unidos em revezamentos feminino. Com uma forte equipe, o time australiano cresceu muito na metade final com as performances de Emma McKeon e principalmente de Cate Campbell com o segundo melhor parcial da história da prova de 51s36. No fim novo recorde de campeonato da Austrália com 3min31s58. As americanas nadaram para 3min33s45 e até esboçaram uma reação com Simone Manuel, mas o parcial de Campbell acabou com qualquer esperança. Bronze para o Canadá, que abriu na frente com Taylor Ruck para 52s85, com 3min34s07.
Antes do revezamento foi a vez de Vinícius Lanza subir ao pódio nos 100m borboleta. O brasileiro vem se firmando como um dos melhores nadadores do mundo na prova e hoje conquistou seu resultado mais importante da carreira. Nadando forte do início ao fim, Lanza foi o único ao lado dos americanos Caeleb Dressel e John Conger a passar os primeiros 50 metros abaixo dos 24 segundos com 23s97. Na volta superou o ataque de Grant Irvine e buscou atacar Conger na luta pela prata, mas confirmou o terceiro lugar e a medalha de bronze com 51s44. Uma estratégia firme e que mostra a evolução do brasileiro nesta prova onde vem se firmando cada vez mais na elite dos 100m borboleta.
Nesta mesma prova Caeleb Dressel bateu seu primeiro recorde de campeonato neste Pan-Pacífico ao vencer para 50s75 e Conger ficou com a medalha de prata com 51s32. Além de Lanza o Brasil teve outro brasileiro na prova. O jovem Iago Amaral se aproximou da casa dos 51 segundos e com 52s17 abaixou 10 centésimos em relação as eliminatórias e terminou na sétima colocação.
Nos 100m borboleta feminino Rikako Ikee foi absoluta. A jovem japonesa de 18 anos foi brilhante tanto na semifinal, como principalmente na final. Nas eliminatórias já havia nadado para 56s90 e superado o recorde de campeonato. Na final foi ainda melhor: 56s08 melhorando o recorde da competição. Uma performance arrasadora e sem dar chance as adversárias. A americana Kelsi Dahlia e a australiana Emma McKeon foram as únicas que tentaram se aproximar, mas ficaram longo do ouro ao nadarem para 56s44 e 56s54 respectivamente.
As primeiras provas do dia foram os 400m livre. No feminino nenhuma surpresa: Katie Ledecky foi absoluta de ponta a ponta e venceu sua segunda prova neste Pan-Pacífico com 3min58s50. Destaque para a australiana Ariarne Titmus que nadou pela primeira vez abaixo dos 4 minutos, buscando estar o mais próximo possível de Ledecky. E deu certo: 3min59s66 e novo recorde nacional. A americana Leah Smith completou o pódio com um distante 4min04s23.
Na versão masculina dobradinha australiana com Jack McLoughlin vencendo no finalzinho o campeão olímpico da distância Mack Horton. McLoughlin se saiu melhor por apenas 11 centésimos: 3min44s20 contra 3min44s31. O pódio teve ainda o americano Zane Gronthe que levou o bronze com 3min45s37. O Brasil foi representado nesta prova por Fernando Scheffer que não conseguiu ser tão brilhante como nos 200m livre e concluiu esta prova na sexta colocação com 3min50s55.
Os 200m medley foram as outras provas individuais do programa de provas do terceiro dia do Pan-Pacífico. E sem surpresa com os favoritos e líderes do ranking mundial triunfando na piscina do Tatsumi International Swimming Center. Entre as mulheres vitória da japonesa Yui Ohashi com novo recorde de campeonato: 2min08s16. E na prova masculina domínio de Chase Kalizs com 1min55s40. Destaque para Leonardo Santos que nadou forte do início ao fim e pela primeira vez conseguiu nadar abaixo de 1min59s: 1min58s83 e sétima colocação na final A. Na final B Brandonn Almeida terminou na quarta colocação com 2min01s34.
Amanhã terminam as disputas do Pan-Pacífico com destaque para os 50m livre que prometem ser eletrizantes e com mais chances de medalha para o Brasil, que já soma quatro neste PanPacs. As finais começam a partir das 6h da manhã com transmissão do SporTV3. Os resultados de hoje estão disponíveis no site do evento aqui.