Por Thiago Medeiros Rodriguez *
Esta semana quero abordar um assunto de extrema importância no meio esportivo, a morte súbita de atletas. O atleta simboliza, para muitos, o segmento mais saudável da sociedade. Por isso, eventos súbitos fatais transformam-se em fatos catastróficos capazes de atingir emocionalmente toda a sociedade. Estima-se que de um a três a cada 100.000 atletas jovens aparentemente saudáveis morrem subitamente durante exercícios. A morte súbita relacionada ao esporte pode ser definida como a morte que ocorre de modo inesperado, instantaneamente ou não. Ocorre, geralmente, em indivíduos sem sintomas relevantes, porém em quase 90% dos casos há uma doença cardíaca não diagnosticada previamente.
Nos atletas com menos de 35 anos, as principais causas de morte súbita são as doenças cardíacas congênitas, aquelas presentes desde o nascimento, mas que podem ser silenciosas ou só se manifestarem tardiamente. Pode haver sintomas prévios, como dor no peito, palpitações, falta de ar e desmaio, ou a primeira manifestação pode ser já a morte súbita. Já entre os atletas com mais de 35 anos a principal causa de morte é a doença coronariana. Portanto, a melhor modo de prevenir e combater a morte súbita é através da triagem precoce de alterações cardíacas.

Embora não existam dados exclusivos sobre a incidência de eventos cardiológicos em nadadores, um estudo realizado por pesquisadores brasileiros em 2022 levantou informações sobre mortes em eventos de águas abertas no Brasil entre 2009 e 2019. Durante esse período, foram identificadas 12 mortes, sendo que 11 ocorreram com participantes do sexo masculino, com idade média de 46,6 anos. Dos dez casos analisados, oito envolviam nadadores experientes e apenas dois eram de não experientes.
Os pontos mais críticos das provas foram a abertura (23%) e a final (33,3%), enquanto as provas entre 1 km e 5 km representaram o maior número de óbitos (45,4%). Além disso, a maioria dos incidentes ocorreu em águas oceânicas (75%). É importante ressaltar que esses dados não indicam necessariamente uma alta taxa de risco de eventos cardiológicos em nadadores, mas sim a necessidade de medidas de segurança adequadas durante a prática de esportes aquáticos.

É fundamental que os atletas realizem exames médicos rotineiramente para prevenir problemas cardíacos e garantir a sua segurança durante a prática esportiva. Além disso, os organizadores de provas devem fornecer uma estrutura adequada para que as competições possam acontecer com segurança, incluindo medidas de prevenção e resposta a emergências médicas. Dessa forma, será possível garantir a saúde e o bem-estar dos atletas e promover a prática da maratona aquática de forma segura e responsável.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática




































Olá, boa tarde. Como é o título do estudo de 2022 que levantou informações sobre mortes em eventos de águas abertas no Brasil entre 2009 e 2019? Desde já agradeço.