A FINA (Federação Internacional de Natação) fez um levantamento de todos os recordes mundiais estabelecidos para a prova dos 50m livre feminino, a partir do ano de 1986, ano em que a entidade passou a reconhecer a prova oficialmente. Publicado no site da entidade, o relatório mostra como a prova evoluiu ao longo de três décadas e meia.
A prova começou a ser disputa nos anos 1970, mas não era reconhecida como oficial pela FINA. A primeira mulher a ter um “recorde” nesta prova foi a alemã Kornelia Enders com 26s99. Nesse período “fora de lei” as americanas Dara Torres e Jill Sterkel chegaram a bater a marca três vezes cada uma. Após muita pressão, a FINA finalmente cedeu e passou a contabilizar recordes mundiais a partir de 1986.
Uma das primeiras pioneiras dos 50m livre feminino foi a romena Tamara Costache que em 1986 baixou o recorde mundial de 50m livre três vezes, se tornando a primeira nadadora a possuir um recorde mundial sob a referência estabelecida da FINA. E isso aconteceu no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Madrid-1986, primeira vez que a prova foi realizada em torneio da FINA. Naquele evento, a romena levou a medalha de ouro com o tempo de 25s28.
A marca de Costache durou dois anos até Jogos da Ásia de Guangzhou-1988, quando a chinesa Wenyi Yang superou a marca e se tornou a primeira mulher na história a nadar a distância abaixo dos 25 segundos: 24s98. Quatro anos depois, nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 ela voltou a melhorar sua marca e venceu a medalha de ouro olímpica com 24s79.
Yang manteria o recorde por dois anos, até perder a marca durante o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Roma-1994, para sua compatriota Jingyi Le que levou a medalha de ouro com o tempo 24s51. Seis anos mais tarde, Inge de Bruijn bateu o recorde quatro vezes até se coroar campeã olímpica em Sydney-2000. Primeiro no Super Speedo Grand Prix em Sheffield com igualando a marca de Le. Depois na seletiva olímpica neerlandesa com 24s48, e seguida no Troféu Brasil com 24s39 e por fim na semifinal olímpica com 24s13.
Foi preciso esperar quase uma década para que a marca caísse. Em 2008 Marleen Veldhuis bateu o recorde pela primeira vez com 24s09. Dias depois foi a vez da australiana Lisbeth Trickett superá-la com 23s97, tornando-se a primeira mulher a nadar abaixo dos 24 segundos. Mas no mês seguinte Veldhuis recuperou a coroa com 23s96. No ano seguinte, durante o Mundial de Roma-2009, coube a alemã Britta Steffen subir o sarrafo. Campeã olímpica no ano anterior, ela estabeleceu uma nova marca com 23s73.
Seria preciso algo muito especial para quebrar o recorde de Steffen, registrado na era dos trajes tecnológico. E coube a sueca Sarah Sjöström fazê-lo durante o Mundial de Budapeste-2017. Ela foi a única nadadora com menos de 24 segundos na semifinal e registrou 23s67, batendo o feito de Steffen. Na final ela piorou dois centésimos, mas fez o suficiente para se tornar campeã mundial e manter hoje sua coroa de recordista mundial dos 50 livre.