Foi no dia 4 de agosto em Tóquio no Japão, nas águas da Marina Odaiba as 8h29min da manhã que Ana Marcela Cunha e Fernando Possenti realizaram seu sonho olímpico. Uma prova mais cedo que o de costume devido ao calor de 29,5° C da temperatura da água, com um percurso novo em formato de sete voltas de 1.435 metros. Um cenário completamente diferente do que os maratonistas estão habituados, porém, muito bem estudado por essa dupla que fez treinos calculados para cada circunstância.
Possenti abre a entrevista comentando sobre o alinhamento de ambos no momento de definir metas e objetivos. Não só Ana Marcela, mas ele também tinha títulos que almejava em sua carreira e a dupla criou uma lista que veio sendo “ticada” a cada meta realizada. E o ouro olímpico foi mais um item desta lista que norteava o planejamento dos dois.
O técnico comenta que o momento da conquista foi propício, porém, com desafios durante o decorrer do planejamento devido as mudanças sofridas pela adversidade da pandemia. Mesmo com todo apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e patrocínios, aconteceu de centros de treinamentos serem fechados e viagens tiverem que ser adiadas devido a pandemia do COVID-19 que demandaram adaptações.
Ele se intitula como um MSM – Metódico Sistemático e Meticuloso, alegando que se você não tiver essas vertentes você pecará nas águas abertas em momentos importantes, onde cita o exemplo da prova de 10 km no Campeonato Mundial de Gwanju-2019 onde a atleta chegou na quinta colocação. O técnico acredita que ela estava preparada para a vitória, mas errou em alguns pequenos detalhes.
Durante a maratona, Ana Marcela teve uma baixa frequência de braçadas e conseguiu ter uma estratégia adequada para o cenário que encarou pela primeira vez: um percurso de sete voltas. Possenti elegeu a estratégia como a melhor dentre todas as vitórias das provas olímpicas já realizada. O técnico ainda afirmou que a eficiência foi o principal ponto em seu trabalho com Ana Marcela desde a treinou pela primeira vez em 2013.
Ele ainda afirmou que o acompanhamento com biomecânicos e ajustes técnicos na braçada de Ana Marcela permitiram um ganho de eficiência que ajudou em diversos fatores. Com a melhora de técnica no trabalho multidisciplinar a eficiência do nado, a atleta conseguiu economizar energia, chegando inteira, desgastando e quebrando o pelotão.
Segundo Possenti “pelotões pequenos uma vez fragmentados, não tem a mesma força de alcance para buscar” como vemos no ciclismo. Ele ainda conclui que “se ela capaz de com uma frequência baixa gerar uma velocidade que com a frequência tal que fará com que o pelotão se fragmente, porque não usar isso? Porque usar só como economia de energia?”. Esse aspecto não foi bem aproveitado e isso fica em evidência em diversas provas onde Ana Marcela chega a nadar costas para “esperar” o pelotão chegar para poder cumprir com sua estratégia.
Fernando Possenti ressalta o trabalho do COB, dizendo que eles concedem tudo que há de melhor para os profissionais e atletas, tanto no sentido de equipamentos e instalações, como também serviços necessários para melhorar a performance do atleta. “Porque também é histórico o que fizemos? É uma atleta brasileira, treinada por um técnico brasileiro, com uma equipe interdisciplinar 100% brasileira, em um centro de treinamento brasileiro. Ou seja, o que o COB fez é nos dar esta condição”, conclui.
Fernando Posenti e Ana Marcela são dois profissionais que trarão ainda mais orgulho para o nosso país. Parabéns! Fã do excelente trabalho do técnico Posenti.
Obrigado pelo comentário! Realmente essa dupla arrasa!!
Top..top…top!!! Foi uma das provas mais emocionantes que assistimos! Parabéns !!!
Essa fez todo mundo assistir de pé!