Esta sexta-feira foi até o momento melhor dia do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju. Foram nada mais, nada menos do que três novas marcas mundiais estabelecidas entre as eliminatórias e as finais, além de um novo recorde mundial júnior e performances históricas. Sem dúvida o mais impactante deles foram os 100m borboleta masculino. Nesta distância Caeleb Dressel destronou Michael Phelps.
O recorde de Phelps já estava no radar da joia americana há algum tempo. No Mundial de Budapeste-2017 ele já havia nadado abaixo dos 50 segundos e ali já se apontava que o recorde era questão de tempo. Dressel voou na piscina e com um fantástico 49s50 abaixou em 32 centésimos a marca que o gênio das piscinas havia estabelecido na final da prova no Mundial de Roma em 2009.

Dressel foi cirúrgico durante a prova. Como de costume saiu na frente de todo mundo e foi abrindo vantagem a cada braçada. Suas parciais foram incríveis. Passou com 22s83 e voltou para 26s67. Sua primeira passagem é tão surreal que lhe daria o quinto lugar na final individual da prova! E na volta ele chegou inteiro, mostrando que ainda pode baixar ainda mais seu recorde futuramente.
E na final ele não terá adversários, visto tamanha superioridade. A final que não terá brasileiro, já que Vinícius Lanza com 51s92 parou na 12ª colocação. Ficou a impressão de que Dressel usou a semifinal para bater o recorde mundial e amanhã na final irá fazer apenas o arroz com feijão para garantir mais um ouro. Seu foco agora e volta aos 50m livre onde há outro recorde na mira…

Dressel vs Fratus
Após o duelo sensacional protagonizado na final do Mundial de Budapeste, Bruno Fratus ficará novamente cara a cara contra Caeleb Dressel nos 50m livre. O brasileiro fez duas provas seguras nas eliminatórias e semifinal, mostrando que esta guardando o melhor para sábado. Bruno começou com 21s71 na eliminatória e na semi para 21s53. Tempo, que como ele revelou em entrevista ao SporTV pós-prova, será insuficiente para ganhar. Ele sabe que terá que fazer a prova da sua vida para conseguir bater o americano que com 21s18 na semifinal tentará se aproximar da marca de Cesar Cielo em vigor há quase dez anos. Além deles destaque para o terceiro colocado Ben Proud que com 21s56 também disputa um lugar no pódio. Já Marcelo Chierighini ficou na 16ª colocação com 22s19.

Chupkov soberano
Outro recorde impactante nesta etapa foi nos 200m peito masculino. Na semifinal o australiano Matthew Wilson havia igualado a marca de Ippei Watanabe e se colocava como desafiante ao russo Anton Chupkov, atual campeão mundial. Na final a expectativa de diferentes estratégias se concretizou e nenhum deles fugiu de suas características. Wilson saiu forte, liderando os primeiros 150 metros. Chupkov, que passou os primeiros 50 metros em oitavo, ia reduzindo a vantagem a cada virada para atacar na última parcial. E foi um ataque avassalador, engolindo o rival e assumindo a ponta para vencer com 2min06s12 e faturar o bicampeonato como novo recorde mundial. Wilson se segurou e ainda conseguiu a prata chegando apenas cinco centésimos a frente de Watanabe: 2min06s68 contra 2min06s73 do japonês.

A menina de ouro
Regan Smith é uma das joias da natação americana e apostas para o futuro. Aos 17 anos ela conseguiu um feito que poucas atletas em sua idade conseguiram: bater um recorde mundial absoluto. Smith obteve o feito na semifinal dos 200m costas ao nadar para 2min03s35, muito abaixo da antiga marca de Missy Franklin (2min04s06). Vale lembrar que nas eliminatórias ela já havia nadado para 2min06s01 e batido o recorde mundial júnior, marca que obviamente ela melhorou agora. Se coloca como favorita a final numa prova de gigantes como as campeãs mundiais Klyie Masse e Katinka Hosszu.

Yulia fatura os 200m peito
Assim como aconteceu em Budapeste-2017, o dia foi russo. Naquela ocasião Yulia Efimova, Anton Chupkov e Evgeny Rylov haviam vencido suas provas e feito o hino nacional do país ecoar pela Duna Arena. Hoje o roteiro foi o mesmo, com mais três ouros para os russos. O primeiro deles veio com sua maior estrela, Yulia Efimova. Sem a rival Lilly King, desclassificada, coube a russa abrir vantagem e vencer com tranquilidade a final dos 200m peito com 2min20s17 para conquistar o bimundial. No pódio ainda teve uma emocionada Tatjana Schoenmaker, que bateu o recorde africano com 2min22s52 e chorou muito com a medalha de prata. A canadense Sydney Pickrem levou o bronze ao nadar para 2min22s90.

Rylov desbanca Murphy mais uma vez
A outra medalha dourada russa saiu com Evgeny Rylov. Desde os Jogos Olímpicos do Rio-2016 foi ele quem venceu a prova nos dois Mundiais, derrotando o campeão no Rio-2016 Ryan Murphy. Hoje novamente o russo levou a melhor sobre o adversário liderando de ponta a ponta e resistindo aos ataques do americano principalmente entre os 150 e 175 metros de prova. Rylov levou a medalha de ouro com 1min53s40, tempo que não o agradou. O russo estava visivelmente incomodado em não ter nadado mais rápido. Murphy foi vice-campeão com 1min54s12 e o britânico Luke Greenbank terminou em terceiro lugar com 1min55s85.

Austrália vence batalho no revezamento
O dia poderia ter sido até mais russo. Na eletrizante final do revezamento 4x200m livre o time russo foi um dos cinco que brigou ate o fim pela vitória. Uma disputa acirrada e que foi turbinada pela rivalidade entre Sun Yang e Mack Horton que caíram na água para fecharem suas parciais. O equilíbrio foi grande tanto que teve apenas 1s19 de diferença separando o time campeão do quinto colocado. E foi justamente a Austrália de Horton a vencedora da disputa com o campeão olímpico dos 400m livre fechando a prova com novo recorde da Oceania: 7min00s85. O parcial de 1min44s85 do australiano foi vital para os aussies baterem Rússia e Estados Unidos, que ficaram com a prata (7min01s81) e bronze (7min01s98). Itália com 7min02s01 e Reino Unido com 7min02s04 vieram logo a seguir.

Brilhando sempre no momento certo
Simone Manuel não vinha fazendo um bom campeonato mundial. A americana havia tido participação apenas discretas nos revezamentos e esperava-se mais uma performance apagada nos 100m livre. Mas Manuel é uma nadadora que cresce em momentos decisivos. Foi assim na final olímpica do Rio-2016 e na final do Mundial em Budapeste-2017. Hoje de novo apareceu para bater mais uma vez as favoritas Cate Campbell e Sarah Sjöström. A americana fez uma prova cirúrgica, passando forte e segurando a volta para bater na borda da piscina com 52s04, novo recorde nacional e das Américas. Campbell pagou pela lenta primeira parcial e terminou com 52s43. Já a sueca terminou em terceiro lugar com 52s46.

Domínio sueco nos 50m borboleta
Sarah Sjöström subiu até agora três vezes no pódio. Mas em nenhuma delas esteve no degrau mais alto. São até agora uma prata (100m borboleta) e dois bronzes (100m e 200m livre). A medalha em tom dourado deve pintar amanhã. Afinal, a sueca mostrou que domina os 50m borboleta, sendo a única da semifinalistas a nadar a distância abaixo de 25 segundos. Hoje nadou para 24s79, muito a frente da segunda colocada Ranomi Kromowidjojo que fez apenas 25s34. Se ela for derrotada amanhã será de longe a maior zebra até agora do Mundial.
Logo mais acontece o sétimo dia de eliminatórias do Mundial com as provas de 50m livre feminino, 50m costas masculino, 50m peito feminino, 4x100m livre misto e 1500m livre masculino. As provas tem início a partir das 22h com transmissão do Sportv. Os resultados deste sexto dia de finais já estão disponíveis no site da Omega Timing. Clique aqui para conferir.