Por Thiago Medeiros Rodriguez *
Essa semana observei um dos atletas que acompanho durante um treino fora da água. Ele estava fazendo um exercício que consistia em subir o degrau de uma arquibancada com apoio em um dos pés. O atleta em questão apresentava um padrão de movimento discrepante para conseguir subir o degrau. Ele projetava o tronco para frente e o quadril movia-se na direção oposta à perna de apoio, este padrão de movimentos evidenciou uma fraqueza dos músculos posteriores, como o glúteo máximo e os isquiotibiais.
Não estou aqui para falar de anatomia, mas é importante que os atletas saibam da importância desses músculos para o bom desempenho na natação. Em primeiro lugar, os músculos posteriores do membro inferior são fundamentais para uma boa saída. Quando o atleta se posiciona no bloco de partida a perna posterior funciona
como uma mola, armazenando energia que será dissipada na hora do salto projetando o atleta para frente. Por isso, quanto maior a potência desses músculos, mais eficiente é a partida do bloco.
Outro ponto importante é a função dos glúteos em manter a posição do corpo na água. Se os glúteos não estão devidamente fortalecidos, as pernas tendem a ficar mais baixas, o que provoca maior arrasto e consequentemente maior gasto de energia para nadar. Além disso, eles ajudam a proteger a coluna lombar, pois diminuem a sobrecarga sobre os músculos dessa região.
Investir no fortalecimento dos músculos glúteos não é apenas uma opção, mas uma necessidade para os nadadores que almejam atingir o ápice de sua performance. Esse tipo de trabalho, considera não apenas os aspectos técnicos, mas também os benefícios preventivos e a eficiência energética, como um caminho essencial para o sucesso na prática da natação competitiva.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática