Salvatore Cimmino, nadador italiano paralímpico de águas abertas, faz inúmeras travessias pelo mundo em prol da inclusão de pessoas com deficiência e em 2021 já tem previstos seus novos desafios. Aos 56 anos o nadador se prepara para enfrentar o Giro d’Itália, evento de natação em águas abertas com 14 etapas de cerca de 20 km cada uma pela costa do país.
A primeira etapa já tem data para acontecer e será em 6 de maio deste ano começando pela cidade de Ventimiglia. O Giro termina em Trieste após 14 etapas. Durante o período do primeiro lockdown na Itália devido a pandemia do COVID-19 nasceu a ideia do Giro d’Itália. O projeto inicial previa a circunavegação completa da península ao longo de 3.356 quilômetros de costa, atingindo todos os municípios marítimos.
Depois de uma fase inicial de estudos, que contou com a adesão e apoio de entidades públicas e privadas, Salvatore Cimmino remodelou o projeto e colocou a ideia em prática. O desafio será realizado com a colaboração da Marinha, Guarda Costeira e Liga Naval.
O principal problema do Cimmino agora é treinar para o exigente desafio, já que as piscinas no país permanecem fechadas devido a pandemia. “Por enquanto estou treinando com a máquina de remo, mas espero poder voltar a entrar na água em breve na piscina do Circolo Canottieri Aniene se a situação melhorar. De fato, para enfrentar melhor as etapas, teria de nadar cerca de vinte quilômetros por dia”, comentou.
Aos 15 anos de idade ele precisou amputar a perna no meio do fêmur por causa de um câncer nos ossos. Nascido em Torre Annunziata, cidade próxima de Nápoles, ele se define como um “atleta atrasado”, afinal, entrou na piscina pela primeira vez aos 41 anos a conselho de seu médico para se manter em forma. Poucos meses depois virou um nadador radical que enfrenta desafios em mar aberto sem a ajuda de próteses.
Desde então nadou pelas águas dentro do programa “Nadando nos mares da Globo”, do Estreito de Messina ao Canal da Mancha, do passeio de Manhattan ao Rio Paraná na Argentina, do Lago Kivu no Congo até o Estreito de Cook na Nova Zelândia. Com as provas ele recebeu importantes prêmios, incluindo uma medalha do então Presidente da República, Giorgio Napolitano, além de ter sido recebido na Câmara pelo Presidente Roberto Fico.