Não é normal, e bem fora do padrão começar o Mundial de Piscina Curta com 15 desclassificações somente no primeiro dia. Foram 13 nas eliminatórias, 14 em provas de peito e sete delas na raia 4. Apenas como comparativo, o primeiro dia do último Mundial de Piscina Curta, em Hangzhou, em 2018, tivemos seis desclassificações.
João Gomes Jr., Emre Sakci, Alia Atkinson, nomes fortes e conhecidos que foram desclassificados e que chamam a atenção neste dia de abertura da competição. Em entrevista ao SporTV, João Gomes Jr. até mencionou que a árbitra da eliminatória, posicionada na raia 4, também estava atuando na final na mesma raia.
Rotação de arbitragem pelas diferentes posições e raias é algo bastante comum e que deve acontecer nos próximos dias. Por raias o total de desclassificação do primeiro dia foi o seguinte:
Raia 0 – 2 desclassificações
Raia 2 – 3 desclassificações
Raia 4 – 7 desclassificações
Raia 8 – 1 desclassificação
Raia 9 – 2 desclassificações
O Mundial de Abu Dhabi é a segunda competição da FINA onde o VAR faz parte da regra da natação. Oficialmente utilizados pela primeira vez na Olimpíada de Tóquio, o sistema pode (e deve) confirmar desclassificações da borda, rejeitar possíveis infrações ou até mesmo indicar alguma irregularidade. Um dos pontos importantes é que as desclassificações iniciadas por VAR não podem ser apontadas em sistema de câmera lenta, mas somente em tempo normal de imagem.
Quando uma desclassificação é registrada, o atleta e/ou seu representante deve ser comunicado de qual infração o mesmo cometeu. É dado um tempo de até 30 minutos ao final da publicação do resultado para que haja algum protesto contestando o resultado apresentado. Para este processo existe um custo de 100 francos suíços que deve ser pago anexado ao processo. Em caso de revisão da desclassificação o valor é devolvido a quem fez o protesto. Em caso de manutenção da decisão de desclassificação, o pagamento é retido.
De acordo com as informações vindas de Abu Dhabi, o Brasil não entrou com protesto em relação a desclassificação de João Gomes Jr. Na papeleta da arbitragem ficou indicado que ele teria executado uma pernada de borboleta na chegada dos 100m peito.
A outra desclassificação do Brasil no dia de abertura foi na prova do revezamento 4x100m livre masculino onde o sistema de cronometragem apontou uma diferença de 0s10 entre o toque de Gabriel Santos e a perda de contato dos pés de Fernando Scheffer com o bloco.