Aos 28 anos de idade, a dinamarquesa Pernille Blume anunciou esta semana a sua aposentadoria. Três participações em Jogos Olímpicos (2012, 2016 e 2020), Pernille fecha um ciclo de 27 medalhas internacionais, sendo três delas em Olimpíadas, em destaque para sua “improvável” vitória nos 50m livre dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Pernille nasceu em Herlev, um subúrbio da capital Copenhaguen, na Dinamarca, em 14 de maio de 1994. Velocista desde a base, nadou praticamente a carreira toda no Sigma Nordsjaelland Club, um dos principais clubes do país. Os primeiros resultados não eram tão impressionantes. Quebrou a barreira dos 30 segundos com 12 anos, dos 29 com 13, dos 28 com 14. E assim foi.
Em 2012, quando tinha 18 anos de idade, chegava a Seleção Absoluta da Dinamarca. Já estava na casa dos 25s42 e um bom 100m livre para integrar os revezamentos nas competições internacionais.
Até chegar a Olimpíada do Rio esteve em Campeonatos Europeus de Curta e Longa, dois Campeonatos Mundiais Curta e um Mundial de Longa, foram várias medalhas, todas em provas de revezamento. Ou seja, ao atingir o índice olímpico na vitória do Campeonato Dinamarquês de abril de 2016 com 24s47, Pernille estava classificada para a sua segunda Olimpíada sem nunca ter ganho uma só medalha em campeonatos internacionais de primeira linha.
Nenhuma!
Mais que isso, Pernille chegou ao Rio-2016 com o 10º tempo no balizamento. Entretanto, as boas performances foram acontecendo e sua confiança crescendo na competição. Na eliminatória, nadou na última série e com 24s23 fez a sua melhor marca pessoal, a primeira classificada para a semifinal. Naquele mesmo dia, piorou um pouco 24s28, mas ainda assim ganhou o direito de nadar a final dos 50m livre no dia seguinte na raia 4.
A campeã olímpica “improvável” fez a sua parte no dia seguinte. Melhorou para 24s07 e ganhou a sua primeira medalha individual da carreira, um ouro olímpico!
Uma nova fase se abriu para Pernille. Que na sequência se sagrou duas vezes vice campeã europeia dos 50m livre em piscina longa além de duas vezes bronze nos 50m livre do Europeu de Curta. Para completar, veio sua segunda medalha olímpica nos 50m livre, foi bronze na Olimpíada de Tóquio.
Durante a Pandemia, na disputa da ISL, a Liga Internacional de Natação, iniciou um relacionamento com o velocista francês Florent Manaudou. Os dois estão juntos há dois anos e subiram juntos ao pódio em Tóquio, ela com o bronze e ele com a prata nos 50m livre.
Depois da Olimpíada, Pernille esteve no reality show de dança da TV dinamarquesa “Vild Med dans” chegando a semifinal terminando em terceiro lugar. As férias prolongadas terminaram no início deste ano e uma tentativa de voltar a treinar, agora com novo clube, o Antibes, o programa de seu noivo Manaudou.
Esta tentativa durou pouco, Pernille decidiu por fim a uma carreira fantástica de conquistas e medalhas. Deixa o seu nome registrado como recordista nacional da Dinamarca nos 50m (23s75) e 100m livre (52s69) em piscina longa e nos 50m livre (23s.49) em piscina curta.
Das memórias que vamos sempre lembrar de Pernille é o fato de que os resultados podem acontecer, mesmo que demorem, a determinação e a luta um dia podem trazer uma conquista fantástica, nada mais do que uma “improvável” medalha de ouro olímpica.
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