Por Thiago Medeiros Rodriguez *
É compreensível que a indicação de uma cirurgia no ombro seja um cenário assustador para nadadores, dado o impacto potencial na performance e na capacidade de retornar ao esporte. A cirurgia é geralmente considerada quando a perda de funcionalidade e dor causadas por lesões no ombro, como as do manguito rotador, instabilidade ou osteoartrose, não podem ser adequadamente geridas por tratamentos conservadores. Aqui estão alguns pontos-chave para entender melhor o processo e o impacto para nadadores:
1. Avaliação da Lesão e Necessidade de Cirurgia
● Lesões no Manguito Rotador: Podem variar de pequenas rupturas a grandes lesões que comprometem significativamente a função. A cirurgia pode ser necessária para reparar a rotura e restaurar a função do ombro.
● Instabilidade: Pode ocorrer devido a lesões nos ligamentos ou no labrum. A cirurgia visa estabilizar a articulação para prevenir deslocamentos e dor.
● Osteoartrose: O desgaste da articulação pode levar a dor e perda de movimento. Procedimentos como a artroplastia podem ser considerados para aliviar sintomas e melhorar a função.
2. Riscos e Benefícios da Cirurgia
● Benefícios Esperados: O principal benefício é a restauração da funcionalidade e alívio da dor. Para nadadores, isso pode significar a capacidade de retomar a prática com menos dor e maior eficiência.
● Riscos Associados: Incluem infecção, rigidez, falhas na cicatrização, e a possibilidade de não retorno total ao nível anterior de desempenho. O risco de complicações pode impactar o tempo de recuperação e a qualidade final da reabilitação.
3. Impacto na Performance e Recuperação
● Tempo de Recuperação: Pode variar de semanas a meses, dependendo da gravidade da lesão e do tipo de cirurgia. O tempo fora da água e a intensidade do programa de reabilitação são cruciais.
● Reabilitação Específica para Nadadores: A reabilitação deve ser adaptada para atender às necessidades específicas de nadadores, incluindo exercícios que simulem os movimentos da natação e foco na recuperação da força e amplitude de movimento.
4. Considerações Psicológicas e Físicas
● Medo da Perda de Performance: É um medo válido e comum. Ter uma estratégia clara para a reabilitação e trabalhar com uma equipe de fisioterapia experiente pode ajudar a mitigar esse medo.
● Expectativas Realistas: É importante ter expectativas realistas sobre o retorno ao esporte. Conversar com o cirurgião e o fisioterapeuta sobre as metas e o plano de recuperação pode ajudar a manter a motivação e a confiança.
5. Consultas e Preparação
● Segunda Opinião: Considerar uma segunda opinião pode ser útil para confirmar a necessidade da cirurgia e explorar todas as opções disponíveis.
● Planejamento da Recuperação: Planejar com antecedência a reabilitação e discutir com o treinador como adaptar o treinamento e a competição durante o processo de recuperação pode ajudar a facilitar a transição de volta à natação.
Para um nadador, o desejo de retornar ao nível de desempenho anterior após a cirurgia pode ser um fator determinante. A chave para uma recuperação bem-sucedida é uma abordagem bem planejada e uma comunicação aberta com a equipe médica e de reabilitação, garantindo que o retorno ao esporte seja tão seguro e eficaz quanto possível.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática