Por Thiago Medeiros Rodriguez *
Continuando nossa série sobre a recuperação muscular, hoje falaremos das metodologia passivas de recovery ou recuperação muscular. Certamente essas são as estratégias mais agradam os atletas! Porém, vale lembrar que são menos eficazes do que os métodos ativos.
Massagens
A massagem é usada para promover relaxamento dos músculos, ajudar a soltar tecido cicatricial e alongar músculos e fáscias tensos. Além disso, a massagem e o trabalho com tecidos moles podem melhorar a elasticidade de músculos e tendões. Acredita-se que a massagem aumenta o fluxo sanguíneo local e a remoção de resíduos metabólicos; no entanto, houve vários estudos refutaram essa alegação. O mecanismo específico pelo qual a massagem funciona lida com o mecanorreceptores localizados na junção musculotendinosa. Quando você aplica um certo grau de pressão a um músculo específico, esses receptores são ativados, o que por sua vez cria o que é chamado de inibição autogênica.
A inibição autogênica é simplesmente uma diminuição na atividade do fuso muscular oposto localizado dentro do ventre muscular que estimula a contração do músculo. Quando isso ocorre, o músculo não se contrai, e o relaxamento e o alongamento do tecido ocorrem.
Estimulação Muscular Elétrica (EMS)
Estimulação Muscular Elétrica ou EMS é um protocolo terapêutico clássico que auxilia em vários processos fisiológicos importantes que impactam positivamente a recuperação do treinamento atlético de alta intensidade. O EMS funciona transmitindo impulsos elétricos para um músculo alvo. O sinal de contração enviado pelo dispositivo EMS é bom, porque não afeta o sistema nervoso central nem contribui para a fadiga deste sistema. O EMS pode ajudar com reeducação muscular, redução de atrofia, controle da dor, edema ou inchaço e muito mais.

Gelo/Crioterapia e banhos de contraste
O efeito vasoconstritor do resfriamento do tecido torna a aplicação superficial de frio uma modalidade eficaz para reduzir a dor, o inchaço e o edema após o trauma. Bolsas frias e imersão são as formas mais comuns de tratamento com gelo. Os banhos de contraste (submersão alternada em água morna e fria) também são um tópico interessante para recuperação atlética. Os artigos mostram que a terapia de contraste aumenta o fluxo sanguíneo superficial, o que ajuda nos esforços de recuperação.
As evidências científicas são bastante controversas, no entanto muitos atletas profissionais usam gelo e contraste regularmente. Talvez exista um efeito placebo até certo ponto, mas por que eles se sujeitariam a essas técnicas se elas não estivessem funcionando de alguma forma fisiologicamente? A maioria dos atletas relata diminuição da dor e melhor função muscular após a terapia de contraste.
Vale lembrar que esses métodos são coadjuvantes da recuperação muscular. Por isso dê ênfase sempre às metodologias ativas e use aquelas passivas que mais te agradam para ter uma boa recuperação muscular.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática