Por Thiago Medeiros Rodriguez *
Uma queixa bastante recorrente entre os nadadores que eu atendo é em relação à dores no ombro. Geralmente essas dores são mais frequentes em períodos de aumento de volume e/ou intensidade no treinamento. Em um primeiro momento podemos considerar uma reação normal do corpo em resposta ao aumento das exigências impostas pelo treino, no entanto torna-se preocupante quando essas dores passam a interferir no desempenho do atleta.
O local mais comum para o aparecimento dessas dores são na região anterior ou lateral do ombro e costumam piorar em movimentos específicos como elevar o braço. Tecnicamente descrevemos esses sintomas como uma tendinopatia reativa que é caracterizada por uma resposta inflamatória do corpo ao aumento da demanda sobre os tecidos do corpo. Basicamente, o treinamento causa pequenas lesões e o corpo, durante o período de descanso, recupera-se dessas pequenas lesões. Uma lesão esportiva de esforço, como a tendinopatia, é causada pelo desequilíbrio nessa relação. Isto faz com que o tendão fique sensível ao toque, dolorido e inchado. A dor piora durante ou após a atividade. É importante portanto, dosar a carga para ajudar o corpo a se recuperar e se adaptar à demanda.

Essa tendinite reativa costuma ser autolimitada, ou seja, ela melhora espontaneamente em algumas semanas após seu aparecimento. Algumas medidas podem ser tomadas para acelerar esse processo, por isso é importante a presença do fisioterapeuta. No geral essas medidas envolvem controle da dor e do processo inflamatório, exercícios específicos de acordo com a necessidade do atleta e ajustes técnicos.
Portanto, quando sentir dores nos ombros após algum treino mais pesado não se preocupe, ela está relacionada ao treino e tende a passar sozinha. Caso a dor dure mais do que três dias consecutivos, diminua a carga de treinos e procure por ajuda especializada
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática