Por Thiago Medeiros Rodriguez *
A chave para lidar eficazmente com a dor ao nadar não está apenas em quantificar a intensidade da sensação ou buscar soluções momentâneas. A pergunta crucial vai além: em que momento exato da braçada você sente desconforto?
Compreender esse ponto específico não apenas revela possíveis áreas de fraqueza muscular ou restrições de mobilidade, mas também orienta o caminho para uma reabilitação mais direcionada e eficaz.
Por exemplo, se a dor se manifesta durante a fase de puxada, isso pode indicar uma menor atividade do músculo serrátil anterior em comparação com nadadores sem dor no ombro. Assim, o fortalecimento desse músculo torna-se uma prioridade na jornada de recuperação.
Além disso, identificar o momento exato da braçada onde a dor é mais intensa possibilita a seleção de exercícios na piscina adequados para continuar treinando enquanto se trata da dor.
Tomando como exemplo a dor durante a puxada, a inclusão do nado de mão fechada pode ser benéfica. Este exercício reduz o estresse sobre o ombro ao diminuir o braço de alavanca durante a braçada, tornando o movimento mais suave e menos prejudicial para a articulação.
Além de aliviar o estresse no ombro, o nado de mão fechada pode corrigir padrões defeituosos de nado que contribuem para a dor. Recomendo que nadadores que sintam desconforto comecem com metade do aquecimento utilizando esta técnica. Para aqueles que estão retornando após um período de inatividade, dedicar 50% do tempo de natação a exercícios de punho fechado pode ser uma estratégia eficaz para um retorno sem dores nos ombros.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática