Por Thiago Medeiros Rodriguez *
De um modo geral, atletas treinam para aumentar o desempenho. Os aumentos de desempenho são alcançados através do aumento das cargas de treinamento. Cargas aumentadas só são toleradas apenas quando intercaladas com períodos de descanso e recuperação. Quando isso não ocorre de maneira adequada o atleta pode sofrer com a síndrome de overtraining.
O principal sinal de overtraining é o baixo desempenho inexplicável. O diagnóstico é clínico e realizado através da história, que normalmente demonstra o seguinte: (1) diminuição do desempenho que persiste apesar de grandes períodos de recuperação, (2) distúrbios de humor e (3) ausência de sinais/sintomas ou diagnóstico de outras possíveis causas de baixo desempenho, como uma doença por exemplo. Existem alguns gatilhos em potencial para desencadear a síndrome do overtraining são eles: aumento da carga de treinamento sem recuperação adequada, monotonia de treino; número excessivo de competições; distúrbios do sono; e ainda, estressores, incluindo vida pessoal (família, relacionamentos).

O tratamento varia de acordo com a causa do baixo desempenho, e qualquer doença orgânica deve ser tratada adequadamente. O tratamento síndrome do overtraining é repouso; no entanto, alguns trabalhos científicos propõem que o repouso relativo seja mais apropriado. Dada a sobreposição psicológica significativa, deve-se considerar o envolvimento de um psicólogo esportivo ou outro especialista em saúde mental no gerenciamento multidisciplinar da crise.
Não há meios baseados em evidências de prevenir a síndrome do overtraining. No entanto, a observação da carga de treinamento, medidas de desempenho e questionários de humor podem ajudar a interromper a progressão dos fatores desencadeantes da síndrome. Um estudo mostrou uma diminuição no “burnout” em nadadores universitários de 10% para zero ao alterar carga de treinamento, baseando-se na resposta ao questionário Profile of Mood States (POMS). A carga do treinamento era ajustada de acordo com o humor dos atletas.

Os principais componentes da prevenção são a triagem e a educação. Deve-se educar os atletas sob risco de overtraining. Um dos sinais iniciais é o aumento da percepção de esforço para uma determinada carga de trabalho. Além disso, os profissionais que trabalham com a saúde dos atletas podem considerar preventivamente perguntar se o treinamento aumentou para compensar as reduções no desempenho. A avaliação dos atletas deve incluir questionamentos sobre treinamento (monotonia, carga excessiva, aumento súbito, necessidade calórica/hidratação em relação à carga) e estressores pessoais (interpessoais, familiares, sono, viagens).
Medidas preventivas para síndrome de overtraining:
* Periodização do treino;
* Polimento para competição;
* Ajuste o volume e a intensidade do treinamento com base no desempenho e no humor;
* Garanta calorias adequadas para a carga de treinamento;
* Garanta uma hidratação adequada;
* Garantir a ingestão adequada de carboidratos durante o exercício;
* Garanta um sono adequado;
* Promover resistência mental ou resiliência;
* Período de descanso superior a 6 horas entre as sessões de exercício;
* Abstinência de treinamento após infecção, insolação/estresse, períodos de alto estresse;
* Evite condições ambientais extremas;
* Utilização do perfil do questionário POMS (ou nível de estresse) e alteração da carga de treinamento.
* Thiago Medeiros Rodriguez é fisioterapeuta, nadador e treina atualmente com a equipe Samir Barel Assessoria Aquática